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Bolsonaro compartilha vídeos defendendo atuação do Planalto na pandemia e critica governadores

Postagens foram feitas nas redes sociais do presidente entre a noite de sábado, 9, e a manhã deste domingo, 10; citado, Flávio Dino (MA) respondeu: 'seu atual cotidiano nada tem de essencial para a nossa Nação'

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Por Renato Vasconcelos
Atualização:

O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a se posicionar sobre as medidas de combate adotadas para combater o novo coronavírus e criticar a atuação dos governos estaduais e a imprensa. Em duas publicações, Bolsonaro compartilhou vídeos em que presta conta de ações desenvolvidas pelo governo federal, critica imprensa e governadores e compila declarações feitas por ele e sua equipe - sem citar os momentos em que o próprio minimizou o cenário nacional.

O primeiro vídeo foi compatilhado na noite do sábado, 9. Assinado pela Secretaria de Comunicação, a peça publicitária tem 4 minutos de duração e começa com uma mensagem criticando a imprensa que, nas palavras do governo, estaria virando às costas aos fatos e aos brasileiros.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, em conversa com a imprensa no Palácio da Alvorada Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Após apresentar uma série de manchetes de jornais nacionais e internacionais criticando a postura do presidente e do governo na condução da pandemia, o vídeo lista medidas de iniciativa do governo federal, intercalando com declarações de Bolsonaro, Paulo Guedes, Onyx Lorenzoni e Nelson Teich sobre a atuação do Planalto da crise.

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O vídeo também foi compartilhado pela conta oficial da Secom no domingo à tarde. Na mensagem, o perfil oficial do governo escreveu a seguinte mensagem: "Parte da imprensa insiste em virar as costas aos fatos, ao Brasil e aos brasileiros. Mas o governo, por determinação de seu chefe, seguirá trabalhando para salvar vidar e preservar o emprego e a dignidade dos brasileiros. O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil."

O texto foi rapidamente criticado por internautas, que viram semelhanças entre a parte final do texto ("O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil") e o slogan nazista "O trabalho liberta", famoso por ter sido afixado na entrada do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde se estima que mais de 1 milhão de judeus foram mortos.

Crítica ao isolamento social

Em outra publicação, feita na manhã deste domingo, 10, o presidente compartilhou um segundo vídeo, de uma ação policial no transporte público do Maranhão. Nas imagens, um policial militar aparentemente fiscaliza se as pessoas estão cumprindo regras de isolamento. Além do vídeo, o presidente escreveu uma mensagem criticando o governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB).

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""Documento e declaração de que vai trabalhar"... Se não tem desce. Assim o povo está sendo tratado e governado pelo PCdoB/MA e situações semelhantes em mais estados. O chefe de família deve ficar em casa passando fome com sua família. Milhões já sentem como é viver na Venezuela."

Horas depois da publicação, Dino respondeu ao presidente em um tweet. "Se Bolsonaro morasse em São Luís, não teria como se deslocar para apoiar coronavírus, passear de jet ski e fazer números de “humor”. Por isso ele se preocupou com a restrição a atividades não essenciais. Afinal, o seu atual cotidiano nada tem de essencial para a nossa Nação."

A condução da atual crise pelo governo federal vem sendo criticada dentro e fora do país. No cenário nacional, governadores cobram uma resposta mais rápida e eficiente por parte do Planalto, bem como uma liderança coordenada para combater a pandemia. Fora do país, o negacionismo de Bolsonaro e sua equipe já gera problemas com países vizinhos da América Latina e mesmo com os Estados Unidos, que repetidamente falam na possibilidade de cancelar voos partindo do Brasil.

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