Bolsonaro classifica fala de Arthur do Val sobre mulheres ucranianas de 'asquerosa'

Presidente disse que postura do deputado estadual 'não merece comentários', mas o próprio Bolsonaro tem histórico de declarações sexistas

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Por Daniel Weterman
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro classificou a fala do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) sobre mulheres ucranianas como "asquerosa".

"É tão asquerosa que nem merece comentário", disse o presidente em frente ao Palácio da Alvorada, neste domingo, 6, conforme mostrou a CNN.

O parlamentou enviou mensagens por áudio a amigos no WhatsApp com declarações ofensivas a mulheres ucranianas, dizendo que elas são "fáceis porque são pobres".

Chegada do deputado estadual Arthur do Val no aeroporto de Guarulhos. Ele teve áudios vazados com discurso que depreciava mulheres ucranianas Foto: Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo

O comentário causou reação em diversos grupos políticos, incluindo no Podemos, partido que pretendia lançar Arthur do Val como candidato ao governo paulista.

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O deputado deve ser investigado pela Assembleia Legislativa de São Paulo, onde colegas apresentaram representações pedindo a cassação do mandato.

Histórico

O próprio presidente Bolsonaro, porém, tem um longo histórico de declarações sexistas ou de cunho machista. Ao descrever o nascimento de sua filha caçula - ele tem outros quatro filhos homens -, se referiu a Laura como resultado de uma "fraquejada". Em 2014, durante discussão no plenário da Câmara dos Deputados, ele disse que “não estupraria” a deputada Maria do Rosário (PT-RS), porque “ela é muito feia” e “não merece”. 

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Cinco anos depois, já como presidente, Bolsonaro disse que o Brasil não poderia ser o país do turismo gay. Entretanto, na sequência afirmou a jornalistas, durante um café da manhã: “Quem quiser vir aqui (ao Brasil) fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. 

Em 2020, ele atacou a repórter da Folha de S. Paulo Patrícia Campos Mello ao dizer que ela queria “dar o furo”. Furo é um jargão jornalístico para uma notícia em primeira mão. A fala do presidente fazia referência ao depoimento de Hans River à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, quando ele insultou a repórter alegando que ela havia se insinuado para ele em troca de informações sobre o uso de disparos de mensagens em massa na campanha eleitoral. Reportagem posterior deixou claro que River mentiu.

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