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Bolsonaro admite provável derrota do voto impresso no plenário da Câmara

Presidente sinaliza apoio a 'flexibilização' da PEC rejeitada na comissão especial; texto será analisado pelo conjunto dos deputados até quarta-feira

Por Sofia Aguiar e Matheus de Souza
Atualização:

SÃO PAULO - O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta segunda-feira, 9, que a PEC do voto impresso pode ser derrotada no plenário da Câmara. De acordo com o chefe do Executivo, “se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada”, afirmou, em entrevista à Rádio Brado (BA).

A proposta do voto impresso deve ser submetida ao plenário da Câmara nesta terça-feira, 10, após ter sido derrotada na comissão especial. De acordo com a previsão do presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), a PEC vai a plenário no máximo até quarta-feira.

Jair Bolsonaro, presidente da República Foto: Eraldo Peres/ AP

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A justificativa de Bolsonaro sobre a provável derrota do projeto é a de que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, “apavorou” parlamentares para que a pauta não fosse aprovada. Em críticas ao magistrado, Bolsonaro voltou a dizer que “a intimidação do Barroso está fazendo diferença no Parlamento”, e classificou o ministro como “armamentista e trotskista, tudo o que não interessa para o Estado Democrático”.

O presidente também voltou a associar — sem qualquer prova — o ministro à defesa da pedofilia e seguiu com as acusações de fraude nas urnas eletrônicas, repetindo acusações feitas na transmissão ao vivo que fez no dia 29 de julho. Embora admita que não tem nenhuma comprovação do afirma e que trata de suposições, Bolsonaro disse ter certeza de que as fraudes são verdadeiras. O presidente voltou a defender que teria vencido as eleições de 2018 no primeiro turno e não no segundo.

De acordo com o presidente, sua “suposição” é de que após ele sair vitorioso do pleito, hackers não foram pagos pelo serviço e, então, eles denunciaram a fraude. “Não precisa nem fazer perícia, está comprovado. O TSE comprovou, apagou os rastros, as digitais da cena do crime. Isso é mais do que suficiente para nós, sim, aprovarmos o voto impresso”, declarou o chefe do Executivo. “Eleições sem dúvidas, sem surpresas”, destacou, emendando que essa é uma pauta que a oposição, citando PT, PCdoB e PSOL, não quer.

Na tentativa de reverter o provável placar negativo, a base do governo no Câmara já discute alterações do no texto. Uma das possibilidades em debate é reduzir o volume de urnas habilitadas a imprimir o voto, de criar uma espécie de "reserva de checagem" em torno de 15% dos equipamentos.

Bahia. O presidente acusou ainda o governador da Bahia, Rui Costa (PT), de "usurpar" obras realizadas pelo governo federal. "É o que a esquerda sempre fez. Eles se apoderam de obras dos outros", afirmou. "Como eles não têm o que apresentar, colocam uma placa como se fosse deles.”

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Ao lado do ministro da Cidadania, João Roma, que também respondeu a algumas perguntas, o chefe do executivo atribuiu a si o mérito pelo bom desempenho do Brasil na Olimpíada de Tóquio, na qual o País conquistou sete medalhas de ouro, com destaque para atletas baianos.

 "O governador da Bahia disse que, se a Bahia fosse um país, seria o 25º (colocado na Olimpíada) do mundo. Só que ele não investiu no Bolsa Atleta", disse Bolsonaro.

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