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Boeing garante que nova proposta de caças é competitiva

Por Michelly Chaves Teixeira
Atualização:

A Boeing garantiu hoje que a proposta dirigida ao governo brasileiro para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB), que foi reformulada e será entregue até sexta-feira, "é bastante competitiva" no que diz respeito à transferência de tecnologia. Segundo o vice-presidente da Boeing para o programa F/A-18, Bob Gower, o País poderá optar pela montagem do F/A-18 Super Hornet em solo brasileiro. "Nossa posição está clara e temos um bom posicionamento em termos de preço: esperamos nossa inclusão no processo licitatório", afirmou o executivo, que participa no Brasil de uma rodada de conversas de dois dias com 140 fornecedores e potenciais parceiros. Os encontros estão sendo viabilizados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).Sem dar pistas sobre números, o diretor de Desenvolvimento de Negócios do F/A-18, Mike Goggins, disse que o valor da proposta da Boeing é "muito menor" que a proposta lançada pela francesa Dassault, estimada em algo como 5 bilhões de euros. Os executivos da Boeing disseram que se comprometem a compartilhar conhecimentos tecnológicos de "tudo que aparece no pedido da proposta" e o que for necessário para manutenção e atualização das aeronaves, incluindo aí requisitos relacionados a armamentos, sensores, sistemas de navegação e radares.Gower disse ter recebido com "estranheza" a afirmação do governo francês de que haveria uma transferência irrestrita da tecnologia empregada na fabricação dos caças Rafale. "Não sabemos o que isso significa, ficou pouco claro", observou, complementando que não é possível garantir o repasse de conhecimentos detidos por terceiros, como fabricantes de chipsets, por exemplo.O cônsul-geral dos Estados Unidos, Thomas White, observou também que o acordo em questão, se assinado com o Brasil, terá características diferentes daquele fechado com a Embraer para o avião militar Super Tucano. Há quatro anos, os Estados Unidos vetaram a venda de aviões deste modelo - que usam componentes feitos nos EUA - para a Venezuela. "As situações são diferentes. Naquela ocasião era uma empresa estrangeira vendendo um equipamento com tecnologia americana para um terceiro país. Agora falamos de um relacionamento mais profundo do que antes, em que existe um acordo entre dois governos, com o envolvimento de uma decisão explícita dos EUA de compartilhar a tecnologia com o governo brasileiro", afirmou o cônsul.White observa, porém, que as vendas de toda a plataforma do Super Hornet são controladas pelo governo americano. "Nenhum dos três concorrentes (a Boeing, além da sueca Saab e da francesa Dassault) oferecem a possibilidade de oferecer o produto a qualquer parte do mundo. Nenhum permitiria, por exemplo, vender à Coreia do Norte. Se qualquer um disser algo diferente, não estará sendo honesto", opinou.

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