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Boeing admite transferir só parte da tecnologia

Diretor da empresa vê 'com estranheza' transferencia irrestrita e diz ter medo de promter e não poder cumprir

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Por Agência Estado
Atualização:

O vice-presidente da divisão de produtos da Boeing Integrated Defense Systems, Robert Gower, admitiu na terça-feira, 15, em São Paulo, que a empresa americana não oferecerá transferência de tecnologia irrestrita na disputa pela venda de caças à Força Aérea Brasileira (FAB). O modelo em questão, o F-18 Super Hornet, concorre com o francês Rafale, da Dassault, e o sueco Gripen, da Saab.

 

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"Não é uma carta branca, é fruto de um acordo entre pessoas maduras. A Aeronáutica define, em contrato, em que ponto quer a transferência e nós o fazemos. Mas gostaríamos que o Brasil tivesse um status de parceria próximo ao oferecido pelos Estados Unidos à Inglaterra", explicou Gower. Ou seja, o Brasil seria uma espécie de sócio privilegiado dos EUA, com status acima de outros compradores, como Alemanha, França e Japão.Após a indicação do governo de que havia preferência pelo jato francês, o Congresso americano aprovou, sob pressão do presidente Barack Obama, o que intitulou de "transferência de tecnologia necessária". Já os franceses falam em transferência irrestrita. "Vimos isso com estranheza. Fica pouco claro o que significa exatamente acesso irrestrito. Tomamos cuidado para não prometer algo que não possamos cumprir", disse Gower, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).O valor da proposta não foi revelado, mas o diretor Mike Coggins assegurou que é inferior ao da França. "Estamos revendo a proposta e melhorando." A Boeing prevê gerar 5 mil empregos no Brasil, enquanto os franceses falam em 16 mil, o que Coggins ironizou. "Não sabemos de onde saiu o número." O primeiro F-18 seria montado nos EUA, em 2014, e os outros no Brasil, a partir de 2015. "A opção é do governo, até porque fica caro montar a linha de fabricação", disse Coggins.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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