BNDES suspende empréstimos sob suspeita da PF

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Por Wilson Tosta
Atualização:

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje que a instituição suspendeu "prudencialmente" todas as liberações de recursos relativos às duas operações de empréstimo colocadas sob suspeita pela Operação Santa Tereza, da Polícia Federal (PF). Coutinho não revelou o volume de recursos bloqueados e afirmou esperar informações da PF para tomar outras providências, como a realização de sindicância interna sobre o caso. Os financiamentos suspeitos somam cerca de R$ 350 milhões e foram feitos à prefeitura de Praia Grande, em São Paulo, e às lojas Marisa. Um dos presos na operação foi o advogado Ricardo Tosto, que se afastou do Conselho de Administração do BNDES após a deixar a prisão. Indicado para o cargo pela Força Sindical, ele é acusado de intermediar irregularmente as liberações. "O banco, por prudência, suspendeu os desembolsos nesses dois casos que a gente teve conhecimento", disse Coutinho. "Prudencialmente, transitoriamente, até que a gente tenha informações." Cauteloso, o presidente do BNDES afirmou não poder presumir a culpa de ninguém e fez um apelo público para que os empresários não usem intermediários em seus contatos com a instituição. "O BNDES não credencia, não incentiva nenhum intermediário a liberar projetos e muito menos liberações", afirmou. "Qualquer intermediário que esteja querendo conceder facilidades não corresponde à realidade do BNDES." Coutinho revelou que na sexta-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, lhe disse não haver indícios de envolvimento de funcionários e diretores do BNDES nas fraudes. Ele esclareceu que os conselheiros são nomeados pelo governo, reúnem-se quatro vezes por ano e têm, entre suas funções, aprovar a estratégia, o orçamento e as grandes linhas de atuação da instituição. Não interferem, segundo ele, no cotidiano do banco. "O Conselho de Administração é em outro nível, não tem nenhuma incidência sobre o processo de administração", disse.

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