BMG e Rural rebatem denúncia de ACM Neto

Leias as respostas oficiais: Banco Rural BMG

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os bancos BMG e Rural divulgaram nota nesta terça-feira refutando as afirmações do deputado ACM Neto (PFL-BA), sub-relator da CPI dos Correios, que em seu relatório apontou favorecimento dos fundos de pensão federais às instituições em 2004. O BMG criticou o que chamou de "insinuações" de que os recursos poderiam ter alimentado esquemas de pagamento de parlamentares. "Todas as aplicações em CDB são creditadas diretamente nas contas dos fundos de pensão. A acusação reflete desconhecimento das práticas bancárias" diz a nota. O BMG considera "leviano" analisar as aplicações dos fundos de pensão sem levar em conta fatores objetivos como a evolução do patrimônio do banco e dos fundos de pensão. De acordo com a instituição, o relatório deveria também comparar a movimentação dos fundos no BMG com as aplicações dos fundos em outros bancos e levar em conta a rentabilidade dessas aplicações. No comunicado, o banco considera "que é errado analisar aplicações com vencimentos de até dois anos em um único período" e classifica como "equívocos" do deputado a análise das operações dos fundos Real Grandeza e Fundação Petros. Segundo o BMG, as "aplicações deram excelentes resultados aos fundos de pensão, visto que suas taxas de retorno estão acima da média do mercado e com baixo risco". Por meio de nota, o Banco Rural disse que as conclusões apresentadas no relatório sobre aplicações de fundos de pensão na instituição "demonstram a falta de aprofundamento na análise de questões relativas ao mercado financeiro e levam a acusações infundadas". Conforme o banco, o relatório não apresenta nenhum dado comparativo de mercado. "As conclusões a que chega o relatório parcial apresentado hoje à imprensa são consideradas por esta instituição como simples ilações." BANCO RURAL NOTA À IMPRENSA Novamente as conclusões apresentadas em relatório sobre aplicações de Fundos de Pensão no Banco Rural demonstram a falta de aprofundamento na analise de questões relativas ao mercado financeiro e levam a acusações infundadas. As conclusões a que chega o relatório parcial apresentado hoje à imprensa são consideradas por esta instituição como simples ilações. Uma vez que o relatório não apresenta nenhum dado comparativo de mercado, as aplicações totais destes fundos em outras instituições bancárias, o total anteriormente aplicado por estes mesmos fundos no mercado e também o montante das aplicações de outros fundos ? e não só os 14 cujos sigilos foram quebrados ? no Banco Rural, não há como se chegar a uma conclusão que seja fiel à realidade. O relatório se restringe somente a alguns dados e comparações de um determinado período e a valores específicos, o que, por si só, não garantem base para se chegar a qualquer conclusão. Além disso, ressalta-se que o volume de depósitos aplicados pelos Fundos de Pensão Federais, comparativamente ao volume de depósitos a prazo no Banco Rural, é irrelevante. Destaca-se também que neste período analisado pelo relatório as aplicações de Fundos privados, estaduais e municipais, proporcionalmente, tiveram crescimento muito maior do que o volume de aplicações destes 14 fundos federais. Esse crescimento de captação de fundos de pensão reflete a melhoria da percepção de risco do mercado em relação ao Rural, o que pode ser comprovado pelos ratings obtidos pelo Banco, além da necessidade de busca de maior rentabilidade por parte dos fundos. Ressaltamos que as taxas pagas a estes investidores foram taxas de mercado, de instituições de médio porte, ou seja, superiores às pagas pelos grandes bancos. Em relação ao lucro de R$ 70 milhões, apontado pelo deputado ACM Neto, importante seria saber qual foi o critério utilizado pelo parlamentar em relação a spreads, taxas, custos administrativos, tributos e todas as variáveis que compõem o lucro de uma operação financeira. As aplicações de fundos institucionais ligados ao governo federal obedeceram ao seguinte histórico: |--------------------+---------+---------+---------+---------+---------| | |DEZ/01 |DEZ/02 |DEZ/03 |DEZ/04 |JUN/05 | |--------------------+---------+---------+---------+---------+---------| |Aplicações ? FUNDOS | 88 | 119 | 160 | 176 | 88 | |(Milhões R$) | | | | | | |--------------------+---------+---------+---------+---------+---------| |DEPÓSITOS TOTAIS | 2.106 | 2.874 | 3.586 | 3.026 | 2.399 | |(Bilhões R$) | | | | | | |--------------------+---------+---------+---------+---------+---------| |Proporcionalidade % | 4% | 4% | 4% | 6% | 4% | |--------------------+---------+---------+---------+---------+---------| Assessoria de Imprensa Banco Rural NOTA BANCO BMG Segue resposta oficial do Banco BMG: O Banco BMG refuta as afirmações de que teria havido uma concentração de aplicações de CDB dos fundos de pensão federais no banco durante o ano de 2004. O Banco BMG entende que é errado analisar aplicações com vencimentos de até dois anos em um único período. Este equívoco é facilmente percebido no caso do Fundo Real Grandeza, citado pelo deputado em sua explanação. O deputado aponta uma aplicação de R$ 95 milhões em 2004, e diz que, deste total, R$ 40 milhões corresponderiam a novos recursos, o que é um equívoco. Na verdade, o fundo citado pelo deputado já dispunha de uma aplicação de R$ 55 milhões desde setembro de 2002. Com os rendimentos, essa aplicação passou a ter no seu vencimento, em setembro de 2004, um saldo de R$ 82,4 milhões. Ou seja, de um total de R$ 95 milhões aplicados em 2004, apenas R$ 12,5 milhões podem ser considerados novos investimentos, que se justificam pelo crescimento do patrimônio do Banco BMG e pelo crescimento do patrimônio do próprio fundo, que é cliente do banco desde 1998, além da excelente rentabilidade que a aplicação oferece. Outro caso que mostra os equívocos do deputado é o das aplicações da Fundação Petros, também citada por ACM Neto. O deputado afirma que foram aplicados R$ 49,957 milhões no ano de 2004. O equívoco do deputado é somar as várias reaplicações, ao longo do ano, de uma mesma aplicação de R$ 7 milhões, montante efetivamente aplicado por um fundo de pensão exclusivo da Petros. Ou seja, após o vencimento de uma aplicação por um período de curto prazo, variando de um a três meses, ela era novamente reaplicada. Portanto, é errado somar estes valores, já que se trata de um mesmo montante inicial. O valor que o deputado afirma ser de R$ 49,957 milhões, na verdade é de apenas R$ 7,017 milhões, ao final do ano. O Banco BMG reafirma que tais aplicações deram excelentes resultados aos fundos de pensão, visto que suas taxas de retorno estão acima da média do mercado e com baixo risco. Em momento algum os fundos de pensão que fizeram aplicações no Banco BMG tiveram prejuízos, muito ao contrário, obtiveram ótima remuneração. O Banco BMG refuta as insinuações de que os recursos poderiam ter alimentado esquemas de pagamento de parlamentares. Todas as aplicações em CDB são creditadas diretamente nas contas dos fundos de pensão. A acusação reflete desconhecimento das práticas bancárias. O Banco BMG considera leviano analisar as aplicações dos fundos de pensão sem levar em conta fatores objetivos como a evolução do patrimônio do banco e dos fundos de pensão, e sem comparar a movimentação dos fundos no BMG com as aplicações dos fundos em outros bancos, e sem levar em conta ainda a rentabilidade dessas aplicações.

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