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‘Bin Laden nãó é o único problema’

Por Gabriel Manzano
Atualização:

A militante iraniana Mina Ahadi, que coordenou a campanha mundial em defesa de Sakineh Ashtiani, que escapou da morte por apedrejamento, disse nesta terça-feira, 3, em São Paulo, que ‘foi muito bom” a nova presidente brasileira, Dilma Rousseff, chamar de “uma coisa bárbara ” o apedrejamento em seu país. “Se pudesse, eu gostaria de encontrar a presidente, na minha ida a Brasília. Sabemos as duas que algo nos aproxima, pois ela combateu, apanhou, esteve presa e lutou contra o arbítrio”, afirmou, durante o 2º Forum Democracia e Liberdade, na Faap, região central de São Paulo. O evento marca o Dia Mundial da Liberdade e Imprensa.

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Convidada ilustre do encontro, Mina Ahadi ficou sabendo já no aeroporto de Cumbica sobre a morte de Osama Bin Laden. “Então mudei o meu discurso para hoje”, avisou. “Decidi fazer uma acusação contra um movimento que é inimigo das mulheres e lembrar que bin Laden nao é o unico problema. Temos regimes islâmicos que usam a religião para controlar o povo no Afeganistão, Paquistão, Nigéria, Arábia Saudita, Siria, muitos outros lugares. Quero fazer aqui uma acusação contra todos esses regimes.”

Em sua fala, depois de uma introdução feita por Robert Civita, conselheiro do Instituto Millenium, que organizou o fórum, a militante iraniana, que vive exilada na Alemanha, também se mostrou a favor do presidente francês Nicolas Sarkozy, que proibiu o uso do véu na França. “Religião é um asunto particular e assim deve permanecer”, observou, lembrand0 que, “da mesma forma, quem não quiser religião deve poder viver dessa forma”. Por que não exigem véu dos homens? Nem mesmo uns óculos escuros?”, perguntou.

O Fórum Democracia e Liberdade prossegue ao longo do dia, com outros painéis, um dos quais sobre accountability e liberdade de imprensa.

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