PUBLICIDADE

BID pode criar fundo para combate à aids na AL

Por Agencia Estado
Atualização:

A criação de um Fundo Regional de Combate à Aids foi discutida na manhã desta segunda-feira entre representantes de 23 países da América Latina e o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ernest Massiah, durante a reunião anual do banco, que acontece em Fortaleza. Embora o governo afirme que não precisa da verba do fundo, o Brasil participou da reunião, pois a "africanização" dos países da região prejudicaria o País. A "africanização" alude à disseminação epidêmica da aids, com incidência igual ou superior a 20% da população. Hoje o Brasil recebe doentes do Paraguai, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru e até do Chile, devido ao difícil acesso para o tratamento da doença em seus países. Segundo a assessoria do Ministério da Saúde, caso o BID aceite a criação do fundo, esta será a primeira iniciativa do banco para enfrentar a aids nos países pobres. A resposta da instituição financeira poderá ser dada amanhã, no encerramento do encontro. À frente A reunião de hoje contou com membros dos governos da Guatemala, México, Argentina, Cuba, Belize, Panamá, Chile e Jamaica, entre outros. O pedido feito ao BID considerou que a instituição nunca se envolveu com em questões relacionadas à doença. Os países que mais correm o risco de "africanização", como Haiti, Barbados, Guiana Francesa e República Dominicana, não participaram do encontro. Por isso, o Brasil, considerado exemplo de eficiência no tratamento da doença pela iniciativa pública, tomou a frente das negociações. Os participantes não estipularam o valor da verba a ser destinada pelo BID, caso o banco aceite a criação do Fundo. O dinheiro será usado na compra de medicamentos e produtos para prevenir a doença, como preservativos e material de divulgação. Insuficiente Neste ano, o Fundo Global criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização Mundial da Saúde (OMS) em janeiro, vai direcionar US$ 700 milhões para os países pobres tratarem da doença. Este é o maior fundo para a finalidade, mas não é o suficiente. A própria OMS reconhece que seriam necessários bilhões por ano para o tratamento. Dez países da América Latina vão apresentar projetos para obter parte dessa verba. Quanto ao novo fundo, sua criação voltará à discussão no final de abril, quando representantes dos governos e do BID deverão se encontrar na República Dominicana. Até lá, os países que pediram a criação do fundo poderão desenvolver projetos já para apresentação ao BID.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.