Berzoini reafirma intenção de retornar ao comando do PT

Insistência alimenta idéia do partido de encurtar mandato de dirigentes para 2 anos

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de estar entre as principais pendências do PT, o caso do presidente licenciado do PT, o deputado federal reeleito Ricardo Berzoini, não foi incluído na pauta oficial da reunião do Diretório Nacional deste sábado. Parte da direção afirma que o assunto poderá ser discutido, mas a maioria insiste que a idéia é focar no balanço das eleições, na agenda do próximo governo e na realização do 3º Congresso do PT. A estratégia é deixar em segundo plano o que alguns chamam de ´agenda negativa´. Berzoini reafirmou na sexta-feira sua intenção de retornar ao comando do partido. Em entrevista ao Estado, negou que esteja conduzindo algum tipo de luta para retomar suas funções, mas lembrou que sua legitimidade para o cargo vem do fato de tê-lo conquistado em eleição direta. Diante da resistência de Berzoini, setores do partido retomaram a proposta de reduzir de três para dois anos o mandato de todos os seus dirigentes. A medida evitaria o desgaste com pressões pela renúncia e garantiria a troca no comando partidário no ano que vem. Berzoini - que se licenciou do cargo em outubro, acusado de envolvimento com o dossiê Vedoin, que tentava relacionar candidatos tucanos à máfia dos sanguessugas - permanecerá no posto até 2008 com a regra atual. Na sexta, ele disse ter o direito de reassumir o cargo e cumprir seu mandato. ´Mas quero aguardar todas as apurações´, afirmou, alterando posição expressa anteriormente, de que não aguardaria necessariamente o fim da investigação para tentar reassumir. Questionado sobre se tem intenção de manifestar a posição de retomar o comando do PT na reunião, Berzoini respondeu que o fará ´se der vontade´. ´Na verdade eu não planejei nada de especial. Sou membro do Diretório. Falo e escrevo para falar da política em geral, não sobre isso especificamente´, afirmou. Redução de mandato Berzoini minimizou o debate sobre a redução do mandato de dirigentes petistas de três para dois anos. ´Isso não é importante´, disse. ´Se é dois, se é três, se é quatro. É uma avaliação política que pode ser feita na parte da funcionalidade.´ A tese da redução dos mandatos é discutida desde 2001. O argumento é que as regras atuais resultam na realização simultânea da eleição interna com eleições majoritárias, dependendo do ano. Em 2008, por exemplo, o Processo de Eleições Diretas do PT ocorreria junto com a escolha de prefeitos e vereadores. O coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT, Gleber Naime, um dos apoiadores da idéia de encurtar o mandato da direção, admite que as conversas estão relacionadas a Berzoini. Ele insiste, no entanto, que a proposta é uma vontade de vários dirigentes. Garcia diz que cabe a Berzoini decidir. ´Foi decisão dele se licenciar e ele avaliará se vai rever isso.´

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.