Berzoini quer convencer presidente do Supremo sobre reforma

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Por Agencia Estado
Atualização:

Procurando não confrontar o novo ministro do Supremo Tribunal Federal Maurício Correa, que se disse disposto a mobilizar juízes e presidentes de tribunais contra a reforma da Previdência, o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, pretende convencê-lo de que a proposta do governo é boa. "Eu acredito que possamos, através do diálogo, convencê-lo que a proposta é para preservar a Previdência, inclusive a dos juízes", disse. Ele participou hoje, em Salvador, do 13º Congresso da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Ao invés de discussão Berzoini preferiu comemorar a aprovação da reforma na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara com folgada maioria. "É sempre bom uma margem de votos ampla para não ficar a idéia de divisão" comentou, acreditando que os números favoráveis do placar terão efeito positivo para "pavimentar" o caminho da proposta até a sua aprovação final no Congresso. No seu discurso aos empresários, o ministro disse que, com as modificações propostas no sistema previdenciário, o governo pretende, num prazo de três anos, cortar R$ 12 bilhões dos atuais R$ 28 bilhões de déficit anual da Previdência. Juros Berzoini defendeu as medidas do governo de manutenção da taxa de juros em 26,5% ao ano, uma vez que o tema foi um dos principais destaques do evento das associações comerciais ontem, quando o vice-presidente José Alencar fez um discurso inflamado cobrando a redução das taxas. Para Berzoini, a queda dos juros é desejável, mas ponderou que é preciso primeiro ter a inflação sobre controle. Livrando a responsabilidade do Banco Central em relação aos juros, o ministro preferiu criticar as taxas dos bancos privados, classificado-as de "abusivas" e "inaceitáveis". Segundo o ministro, "os bancos precisam ter a capacidade de enxergar na expansão do crédito um instrumento para a sua viabilidade, e não o lucro do curto prazo, que acaba trabalhando contra o País".

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