Berzoini nega ter mandado comprar dossiê contra tucanos

PF diz que apuração não permite afirmar que deputado seja o mandante

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Licenciado da presidência do PT desde outubro, o deputado Ricardo Berzoini (SP) negou neste sábado que tenha mandado comprar o dossiê contra tucanos. A notícia de que ele teria dado a ordem para que petistas adquirissem o dossiê por R$ 1,7 millhão agitou os bastidores da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo. ?Não há procedência nisso. As investigações nem sequer terminaram?, disse o deputado, desmentindo reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual a Polícia Federal e o Ministério Público têm convicção de que a ordem para a compra do dossiê partiu de Berzoini. Em Cuiabá, o superintendente da Polícia Federal, Daniel Lorenz, disse que o que foi até agora apurado não permite afirmar que Berzoini seja o mandante. Berzoini afirmou ainda que estuda ?medidas cabíveis? contra o jornal. Segundo a Folha, em relatório parcial que deverá apresentar na próxima semana, o delegado da Polícia Federal Diógenes Curado deverá responsabilizar o presidente licenciado do PT pela negociação do dossiê. De acordo com a reportagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não será responsabilizado. Redução do mandato Durante a reunião, Berzoini tentou amenizar a discussão sobre provável redução de seu mandato de dois para três anos. "Mudanças são sempre normais. Já superei a fase de ver fantasmas em tudo." Apesar de todas as acusações, o deputado afirma que não vai renunciar ao cargo, pois foi eleito por voto direto pelos filiados. "Eu próprio mais de uma vez defendi que tivéssemos mandato de dois anos porque é importante não coincidir a eleição do partido com o ano eleitoral para fazer o debate descontaminado", observou. Ele também comentou o discurso do presidente Lula, para quem o PT precisa voltar a ser exemplo. "Na minha opinião, o PT é exemplo. Tem problemas internos que muitos partidos também têm, mas deve sesmerar para que, cada vez mais, seja tido como exemplo inatacável". "Aloprados" Berzoini foi lacônico ao comentar o fato de o partido não ter formado comissão de ética para os "aloprados" Oswaldo Bargas e Expedito Veloso. Ambos foram "expulsos politicamente" do PT, mas o estatuto partidário só prevê a expulsão definitiva mediante a comissão de ética. Disse ainda que a comissão de ética não saiu porque "ninguém propôs". Líder do governo na Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia (SP) considerou a situação de Berzoini "parcialmente resolvida" com o afastamento dele do cargo até a conclusão das investigações sobre o caso do dossiê.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.