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Bernardo vê sonegadores em grupo contra CPMF

Ministro diz ainda que por trás da mobilização existe um 'movimento político para desestabilizar as contas do governo' e tentar prejudicar Lula

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Por Evandro Fadel
Atualização:

Curitiba - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que há interesses políticos e participação de sonegadores nos movimentos que defendem o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Não podemos generalizar, mas não tem dúvida de que, por trás do clamor que a sociedade faz para que se baixe a carga tributária, é evidente que tem o movimento político para desestabilizar as contas do governo e, conseqüentemente, tentar prejudicar o presidente Lula ou coisa parecida", afirmou, em Curitiba. "E não tem dúvida de que tem também a parcela daqueles que sonegam e que vêem a CPMF com ódio porque é uma espécie de dedo-duro da sonegação." Bernardo esteve em Curitiba para uma palestra sobre a realidade econômica brasileira a funcionários e conselheiros do Tribunal de Contas (TCE) do Estado do Paraná, em comemoração aos 60 anos da entidade. Numa semana em que a Câmara tenta um esforço concentrado para concluir a votação em primeiro turno da proposta de emenda à Constituição que prorroga a CPMF até 2011, o ministro rechaçou insinuações de que o governo esteja fazendo barganhas para aprová-la. "Quem está falando isso é o pessoal da oposição, principalmente o PSDB e o PFL, que agora se chama DEM", afirmou Bernardo. "Mas eles inventaram essa CPMF. Não sei se eles fizeram essas barganhas quando criaram e renovaram por três ou quatro vezes a CPMF, mas posso dizer que nós não estamos fazendo nada que possa envergonhar o País", insistiu. RECEITA Na defesa da emenda, o ministro voltou a afirmar que o governo não tem como abrir mão da receita da CPMF, estimada em R$ 39 bilhões no ano que vem. "Nós estamos discutindo um programa e falando de maneira clara e transparente que precisamos da receita e queremos aprovar a emenda porque é importante", argumentou. "A discussão que temos de fazer é como podemos aproveitar o momento positivo de crescimento econômico e fazer um movimento de redução gradativa da carga tributária", propôs. "É uma cobrança que a sociedade faz, de maneira justa, e o governo aceita esse debate." Na sua avaliação, não há a mesma disposição de diálogo entre os opositores. "O que vemos é que a oposição fechou questão: é contra", afirmou. "E nós temos que proteger a posição do governo de votar a favor. Provavelmente vamos ter que decidir no voto e talvez não seja a melhor alternativa."

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