Depois de 95 dias de um "exílio" voluntário, a ex-ministra de Ação Social, Benedita da Silva, volta ao Rio nesta quinta-feira. Ela viajou para o exterior assim que deixou o governo Lula e já estava fora do País quando estourou o escândalo do caso Waldomiro Diniz, mantido por Benedita como presidente da Loterj durante o período em que foi governadora do Rio. A ex-ministra passou por três continentes - América do Norte, Europa e África - sem falar do assunto publicamente. Benedita viajou dia 2 de fevereiro para os Estados Unidos, para participar do "Café da Manhã da Oração", em Washington, a convite de protestantes, entre eles o reverendo democrata Jesse Jackson. De lá, ela viajou para a França e para o Senegal, onde, segundo a versão oficial, para conhecer ações sociais financiadas por organizações não-governamentais ligadas aos protestantes. Essas entidades teriam custeado a viagem de Benedita. Ex-governadora do Rio no período abril-dezembro de 2002, Benedita manteve Diniz na presidência da Loterj, posto para o qual fora nomeado por seu antecessor, Anthony Garotinho (agora no PMDB, então no PSB). No cargo, o presidente da Loterj foi filmado com o empresário de jogos Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pedindo-lhe contribuições para as campanhas de Benedita, da atual governadora, Rosinha Matheus. O ex-secretário de Segurança Nacional Luiz Eduardo Soares, em depoimento na CPI da Assembléia Legislativa, disse que Benedita foi avisada por ele do esquema de corrupção montado por Diniz, e mesmo assim o confirmou no cargo. De volta ao Rio, Benedita também deve depor. Ela retornou a tempo de preparar a famosa feijoada que serve, todo dia 13 de maio, na sua casa no Morro do Chapéu Mangueira, no Leme, zona sul da cidade.