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Beira-Mar está em más condições de saúde

Por Agencia Estado
Atualização:

Um homem que afirma ser Fernandinho Beira-Mar, um dos principais chefes do narcotráfico no Brasil, foi capturado pelos militares neste sábado, informou o general Jorge Mora, comandante do Exército. "O homem capturado nas selvas do departamento (estado) de Vichada, em operações realizadas de forma conjunta com a Força Aérea, afirma ser o capo da máfia da vizinha República do Brasil, e sua aparência confere com as fotos que se conhece do perigoso delinqüente internacional", afirma um comunicado do Comandante do Exército da Colômbia. Luiz Fernado da Costa, vulgo Fernandinho Beira-Mar, estava sendo perseguido por soldados do Exército colombiano após uma operação da Força Aérea que obrigou um avião de pequeno porte a aterrissar nas selvas de Vichada, a sudoeste da Colômbia na tarde de quinta-feira. O suposto chefe do narcotráfico se internou na selva, sem alimentos, mas foi cercado e capturado hoje ao meio-dia junto com outra pessoa de nacionalidade brasileira, cuja identidade também ainda não foi confirmada. Fernandinho se encontra em más condições de saúde, segundo informou Andrés Benavides, o piloto do avião com o qual o capo pretendia fugir para o Brasil e que teve de aterrissar na selva. O brasileiro está com o braço engessado e perdeu dois dedos durante a primeira incursão do Exército, há várias semanas, contra guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) na zona de Barrancominas, a cerca de 485 km a sudoeste de Bogotá, perto da área selvagem onde o chefe do tráfico de drogas brasileiro foi preso. A zona fica próxima às fronteiras da Colômbia com a Venezuela e com o Brasil. Gato Preto - Em seu comunicado, o general Mora disse que está sendo providenciada a identificação dos dois brasileiros, para confirmar com provas dactiloscópicas a identidade do suposto Fernandinho. A captura dos dois brasileiros ocorreu durante a realização da "Operação Gato Preto", que o Exército colombiano lançou em fevereiro contra um reduto das FARC que, segundo o Exército, operam em associação com narcotraficantes brasileiros nas selvas dos departamentos de Vichada e Guainía. A operação permitiu a captura da mulher de Fernandinho no mês passado. A operação também permitiu que as tropas do Exército colombiano desmantelassem um complexo de mais de 18 laboratórios de processamento de cocaína e as instalações onde era feito o treinamento de guerrilheiros da Frente 16 das FARC, sob o comando de Tomás Medina - conhecido como o "Negro Acácio". Segundo as autoridades militares colombianas, as FARC e o grupo de narcotraficantes brasileiros montaram uma poderosa rede dedicada ao processamento e exportação de cocaína; além disso- dizem as autoridades- os brasileiros traficantes de narcóticos forneciam armas à guerrilha colombiana. Documentos encontrados pelo Exército colombiano no complexo militar e de refinação de coca das FARC indicam que entre as armas recebidas pela guerrilha se encontram fuzis negociados por militares a serviço de Vladimiro Montesinos, o poderoso ex-chefe dos serviços de inteligência do ex-presidente peruano Alberto Fujimori. Montesinos está foragido desde outubro do ano passado, e há rumores de que estaria escondido na Venezuela ou na Colômbia. Segundo os documentos encontrados durante a "Operação Gato Preto", Fernandinho Beira-Mar teria vivido vários anos no Paraguai - de onde trouxe para as FARC um outro carregamento de armas que serviu de ponto de partida para sua associação com a guerrilha.

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