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Beira-Mar e Léo mantinham contatos telefônicos

Por Agencia Estado
Atualização:

As investigações feitas pela Polícia Federal durante três anos mostraram que um intermediário do esquema de liberação de habeas-corpus, supostamente coordenado pelo deputado federal Pinheiro Landim (PMDB-CE), chegou a se reunir com o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O encontro foi marcado pelo também traficante Leonardo Dias Mendonça, o Léo, que teria sido beneficiado duas vezes pela mesma pessoa. Uma conversa telefônica gravada pela PF no dia 5 de junho do ano passado, quando Beira-Mar ainda estava na superintendência da instituição, em Brasília, mostra a irritação do traficante fluminense. As gravações não foram usadas no inquérito contra Léo, por terem sido feitas quando Beira-Mar estava sendo monitorado pela Polícia Federal. Os dois criminosos mantinham, até então, uma amizade em razão de seus negócios com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que forneciam cocaína em troca de armas. Pouco depois, a amizade entre ambos acabou. Numa gravação, Léo avisa que vai ajudar Beira-Mar, colocando uma pessoa - a mesma com quem "trabalhou" - para tentar algum benefício jurídico. "Lembra do primeiro (habeas-corpus)? Lembra do segundo? Foram eles", diz Léo. A conversa entre os dois durou pelo menos 15 minutos. Em nenhum momento eles falaram nomes. As únicas citações são referentes a cidades, como Redenção e Xinguara, no interior do Pará. Para a polícia, seriam códigos para representar instâncias inferiores da Justiça. Beira-Mar parece ficar animado com os diálogos: "Este cara num é intermediário? Ele é o cara mesmo?", pergunta a Léo. "Este cara é de confiança do pessoal", responde o traficante, tranqüilizando Beira-Mar. As investigações indicam que a pessoa pode ser um dos advogados ligados ao esquema supostamente liderado por Landim. As conversas entre os dois duraram vários meses. Beira-Mar chegou a dizer a Léo que tinha montado outro esquema, que só seria executado depois de dois anos, quando terminasse a pressão da imprensa. Dele participaria um ex-integrante do Judiciário e uma advogada, que cobrariam US$ 1 milhão para facilitar sua vida jurídica. O tráfico e suas conexões

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