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Bebida é responsável por 47% das mortes no trânsito

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Por Agencia Estado
Atualização:

Quarenta e sete por cento das pessoas mortas em acidentes de trânsito no Estado de São Paulo haviam bebido antes de bater o carro ou serem atropeladas. O dado foi apresentado nesta terça-feira, no 6º Congresso Nacional do Trânsito (Conatran), pela farmacêutica bioquímica Vilma Leyton, perita do Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo. Ela também mostrou que o volume de álcool ingerido pelas vítimas foi aproximadamente quatro vezes superior ao limite estabelecido pelo Código de Trânsito Brasileiro, que é de 0,6 gramas por litro de sangue, o que corresponde mais ou menos ao consumo de duas latinhas de cerveja ou meia dose de uísque. Para chegar a esses dados, Vilma analisou, durante este ano, 10.749 fichas arquivados no IML, de casos de morte violenta em 1999. "Desse total, 2.360 eram de vítimas de acidentes de trânsito", conta a perita. "Das quais, 65,3% foram mortos em colisões e 34,5% em atropelamentos." A pesquisa revelou ainda que os homens se envolvem em maior número de acidentes e bebem mais. "Nada menos que 89,4% do total de mortos da mostra estudada era de homens", diz Vilma. "Desses, 49,85% tinham álcool no sangue na hora do acidente." Entre as mulheres, os números são mais modestos. Apenas 10,6% das vítimas eram do sexo feminino, das quais 22,8% haviam bebido. "De qualquer forma, os dados mostram que o álcool está associado às mortes no trânsito", diz a médica Júlia Greve, do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, que também participou da pesquisa. "É um índice maior do que o encontrado em outros países." Um exemplo, citado por Vilma na sua apresentação no 6º Conatran, é a Escócia, onde o índice de mortes no trânsito por causa da bebida, entre 1995 e 1998, foi de 38%. Outro dado que chama a atenção no estudo é que a média de idade das pessoas que morreram com álcool no sangue é menor entre as mulheres: 27,5 anos contra 35,9 anos dos homens.

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