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BC argentino se cerca de mecanismos para controlar alta do dólar

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Central argentino se cercou de todos os mecanismos possíveis para evitar que o dólar dispare na estréia da livre flutuação do câmbio no país, quase 11 anos depois de ter mantido a conversibilidade. O diretor de um banco estrangeiro importante instalado na Argentina informou à Agência Estado que o BC enviou às instituições financeiras normas rígidas de controle para a venda de dólares ao público, as quais devem brecar uma eventual disparada da divisa norte-americana ou corrida do público aos bancos. Para vender dólares, por exemplo, os bancos terão de identificar se a pessoa é argentina ou estrangeira. Sendo argentino, o interessado terá de apresentar seu documento do identidade e o equivalente ao CFP. Depois, a aquisição de dólares terá de ser registrada em formulários para efeito de imposto de renda. Se a pessoa for estrangeira, será necessário apresentar passaporte, onde terá de estar registrada a data de entrada e o tipo de visto recebido. Finalmente, se o interessado em adquirir dólares for pessoa jurídica, terá de mostrar os documentos que provem isso e a idoneidade da empresa. Controle - "Com isso tudo, a instituição financeira que venha a vender dólares será responsável pela operação e passível a duras punções do BC caso existam irregularidades", explicou o executivo desse banco, por telefone de Buenos Aires. De acordo com essa fonte, o BC se armou de bons instrumentos para operar corretamente no mercado. Ele explicou ainda que, logo na abertura do mercado, às 10h (11h de Brasília), as filas nas casa de câmbio estavam aquém das expectativas e muito menores do que as registradas há duas semanas - semana passada foi feriado bancário e cambial. Nas casa de câmbio, o dólar abriu nesta segunda-feira de Carnaval a 2,10 pesos para compra e 2,50 para venda. "Se o BC não intervir, o que acho difícil, a taxa deve subir, mas se houver intervenção a taxa de compra e venda devem cair", afirmou essa fonte. Desde o fim da conversibilidade, no início de janeiro, o BC vinha fazendo duas intervenções ao dia com lotes de US$ 500 mil para cada instituição financeira. Para facilitar as operações dos bancos, o BC decidiu também suspender temporariamente a obrigatoriedade de entrega de dólares por parte dos bancos à autoridade monetária. O decreto que obrigava os bancos a se desfazer da divisa americana não foi anulado, mas a decisão foi suspensa para facilitar a operacionalização de venda de dólares ao público. Hoje de manhã, o secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández, declarou a uma rádio argentina que o "Estado não permanecerá de braços cruzados" diante de eventuais especulações com o dólar. Fernández disse que, assim como fez o Brasil logo depois da desvalorização do real, o "governo intervirá sempre que seja necessário para evitar manobras especulativas". Leia o especial

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