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BB retira anúncio de site, diz que não apoia ‘fake news’, e toma bronca de Carlos Bolsonaro

Vereador critica comunicado do banco após instituição retirar publicidade de veículo acusado de propagar notícias falsas

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Foto do author Adriana Fernandes
Foto do author Julia Lindner
Por Adriana Fernandes e Julia Lindner
Atualização:

BRASÍLIA – O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) criticou a comunicação do Banco do Brasil após a instituição ter retirado publicidade do “Jornal da Cidade Online”, sob a alegação de que o veículo é um propagador de notícias falsas. 

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“Marketing do @BancodoBrasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas. Não falarei nada pois dirão que estou atrapalhando... agora é você ligar os pontinhos mais uma vez e eu apanhar de novo, com muito orgulho! Obs: não conheço ninguém do @JornalDaCidadeO”, escreveu o filho do presidente no Twitter.

O banco foi informado de que estava monetizando o site pelo Sleeping Giants Brasil. Trata-se de um perfil no Twitter que alerta empresas quando suas publicidades estão em sites com conteúdo racista ou de fake news. Nesse caso, o perfil comunicou o banco pela rede social de que sua publicidade estava numa página conhecida por espalhar fake news e, ainda, que é contra o isolamento social para combater a pandemia do novo coronavírus.

Site alerta BB sobre publicidadeem site acusado de disseminarfake news, eBB respondeu ao perfil também pelo Twitter:'Repudiamos qualquer disseminação de fake news' Foto: Reprodução

O BB respondeu ao perfil também pelo Twitter. “Agradecemos o envio da informação, comunicamos que os anúncios de comunicação automática foram retirados e o referido site, bloqueado. Repudiamos qualquer disseminação de fake news”, postou o banco. Questionado sobre o episódio, o presidente do BB, Rubem Novaes, disse ao Estadão que "não acompanha redes sociais".

Alinhado à direita conservadora, o site Jornal da Cidade foi condenado neste mês a indenizar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, pela publicação de reportagens consideradas ofensivas. Os donos do site tiveram de retirar os textos do ar e ainda publicar a íntegra da sentença, além de uma retratação, em até 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 1,5 mil.

É meu filho Carlos que conduz minhas redes sociais, afirma Bolsonaro

Alvo de polêmicas, Bolsonaro admitiu nesta terça-feira, 19, que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) é um dos principais responsáveis por gerenciar as suas redes sociais. Apesar das especulações desde o início do governo, o presidente sempre evitava comentar diretamente o tema em outras ocasiões. “É o meu filho Carlos que basicamente conduz (a minha mídia social)”, disse Bolsonaro em entrevista ao jornalista Magno Martins, na noite desta terça.

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Assim como fez na campanha, em 2018, Bolsonaro creditou ao filho o sucesso de sua estratégia de comunicação digital. O presidente brasileiro é o terceiro chefe de governo mais popular do mundo nas redes sociais. Fica atrás apenas de Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, e do presidente dos EUA, Donald Trump, segundo o Índice de Popularidade Digital (IPD) elaborado pela consultoria Quaest, a pedido do Estadão, em fevereiro.

“Por que a minha mídia social, que é o meu filho Carlos que basicamente a conduz, né, é a que mais interage no mundo? Porque a gente procura trazer, levar a informação como ela é, e a opinião fica com quem está do outro lado da linha, diferentemente da mídia tradicional”, disse Bolsonaro.

O presidente considera ter sido o responsável por implementar “uma nova maneira de fazer política” e acredita que não teria conseguido sem a comunicação por meio das redes sociais. “Sem as mídias sociais, eu tenho certeza que não estaria aqui. As mídias sociais foram a nossa liberdade, onde as pessoas podem realmente ter uma informação real”, afirmou ele.

Bolsonaro utiliza as suas contas em redes sociais para comunicar atos de governo, atacar adversários e criticar a imprensa. A autoria de publicações na conta oficial do presidente, no entanto, foi alvo de dúvidas desde o início do governo.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Em outubro do ano passado, Bolsonaro teve de pedir desculpas por um vídeo divulgado no Twitter que comparava instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) a hienas. Na época, Carlos negou ser o autor da postagem, apesar das informações que indicavam o contrário. O vídeo acabou sendo excluído.

No mesmo mês, Carlos pediu desculpas por outra publicação feita na conta do pai em defesa da prisão em segunda instância. Na época, o vereador disse que escreveu “sem a autorização do presidente”. “Me desculpem (...)! A intenção jamais foi atacar ninguém”, escreveu o vereador.

Em abril do ano passado, ao ser questionado sobre o tema, Bolsonaro afirmou que quem possui a senha de suas redes sociais possuía também a sua confiança, mas não revelou quem eram os responsáveis pelas postagens. “No meu Twitter, é responsabilidade minha. Quem tem minha senha tem minha confiança. Não sou eu que posto, mas dou o aval”, disse Bolsonaro na ocasião.

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