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Battisti: defesa cita carta de ex-presidente italiano

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Por Fausto Macedo
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Uma carta de 19 linhas subscrita por Francesco Cossiga, ex-presidente italiano, é uma das provas da defesa na argumentação de que Cesare Battisti foi um ativista político de esquerda que optou pela luta armada. E que ele tem motivos para temer perseguição e pela própria vida se o Brasil decretar sua extradição para a Itália, onde está condenado à prisão perpétua. ?Vocês todos, de esquerda e de direita, eram ?revolucionários impotentes?, em particular vocês subversivos de esquerda que acreditavam com atos de terrorismo, não certamente de poder ?fazer?, mas pelo menos escorvar a revolução, conforme os ensinamentos de Lenin?, diz o texto de Cossiga, datado de 6 de fevereiro de 2008. Cossiga não é apenas um ex-presidente, um ex-ministro do Interior ou senador vitalício italiano, argumenta o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que defende Battisti. ?Cossiga foi a autoridade que nos anos de chumbo criou a lei de exceção, jogou pesado, endureceu brutalmente a repressão. É esse homem quem manda a carta atestando que os crimes atribuídos a Battisti tiveram natureza essencialmente política?, afirma. No parágrafo final da carta que é trunfo de Battisti, o ex-presidente italiano faz uma concessão: ?Deste meu escrito pode fazer o uso que deseja mesmo em sede judiciária. Esteja bem!?. Cesare Battisti recebeu a correspondência de Francesco Cossiga na prisão. Ele havia sido detido no Rio 11 meses antes, em março de 2007. Greenhalgh afirma que o ativista não admite o assassinato de Antonio Santoro, Lino Sabbadin, Pierluigi Torregiani e Andrea Campagna - crimes ocorridos entre junho de 1978 e abril de 1979, em Udine, Mestre e Milão. ?Battisti é categórico: ele admite que foi militante, que pegou em armas, roubou carros e falsificou documentos, mas nunca matou. Não teve direito à defesa e foi condenado à revelia.? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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