Bastos entra no caso a pedido do Planalto

Ex-ministro da Justiça, que atua como conselheiro informal do presidente, vai defender Camargo Corrêa

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Por Fausto Macedo e David Friedlander
Atualização:

O Palácio do Planalto recorreu a um "bombeiro" muito ligado ao presidente Lula para atuar no "incêndio" da Operação Castelo de Areia, que investiga a Camargo Corrêa em crimes financeiros, corrupção e supostas doações ilegais para políticos e partidos, inclusive da base governista. Respondendo a um pedido direto do Planalto, o criminalista Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça e conselheiro do presidente, entrou no caso. Bastos foi contratado ontem pela empreiteira. O apelo ao advogado se deve ao temor do Planalto de que uma crise atinja colaboradores próximos. A empreiteira, oficialmente, é doadora também do PT. Bastos continua atuando como conselheiro informal do presidente nas áreas política e judicial. Quando fala em nome de Lula, o ex-ministro o chama de "meu melhor cliente". Com 50 anos de experiência nos tribunais, Bastos fará parceria com o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, seu amigo, que já é advogado da Camargo Corrêa. Ontem de manhã ele recebeu em seu escritório, para longa reunião, Luiz Nascimento e Carlos Pires, sócios da empreiteira, e Victor Hallack, principal executivo. "Sou amigo de um dos diretores, eles nos procuraram", esquivou-se Bastos. Na quarta-feira, quando estourou a operação Castelo de Areia, o ex-ministro encontrou-se com Lula, em Brasília. "Estive com o presidente ligeiramente. Entrei e cumprimentei-o."

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