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Bastos diz que está confortável e denúncias não têm consistência

"Se ele (Lula) quiser que eu não fique, eu não fico. O cargo é dele. Mas eu conto com a confiança do presidente ", diz o ministro da Justiça

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, garantiu hoje que fica no governo e que tem a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o presidente não quer que ele deixe governo. Thomaz Bastos disse que se sente absolutamente confortável no governo, e que está fazendo um trabalho "muito sério" no Ministério da Justiça. "As denúncias, entre aspas, não têm consistência. De modo que estou trabalhando normalmente e vou tocar para a frente", disse o ministro referindo-se às denúncias de que teria ajudado o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no episódio da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Questionado se sua permanência prejudica o governo, o ministro afirmou que cabe ao presidente essa resposta. "Se ele (Lula) quiser que eu não fique, eu não fico. O cargo é dele. Mas eu conto com a confiança do presidente da República. Ainda ontem ele disse isso. Eu estou fazendo um trabalho respeitável no Ministério da Justiça, na coordenação do governo e vou continuar fazendo isso", afirmou. Thomaz Bastos disse ainda que nunca falou para o presidente que poderia sair, porque isso está implícito na nomeação dos ministros, que são demissíveis a qualquer momento. "A hora que o presidente quiser, eu saio. Mas o presidente não quer que eu saia", disse A quadrilha do mensalão O ministro afirmou que a denúncia feita pelo Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal, sobre o esquema do mensalão, "não é uma condenação", mas sim o início de uma ação penal. Ele disse que caso a denúncia seja aceita pelo Supremo Tribunal Federal, todas as pessoas apontadas exercerão o direito de defesa. Segundo o ministro, a denúncia feita pelo Ministério Público é um fato importante na história do Brasil porque mostra que as instituições estão funcionando. "Ela foi feita em cima de um inquérito conduzido inteirinho pela Polícia federal e o procurador-geral é o homem que foi escolhido livremente pelo presidente da República, e não houve nenhuma interferência para que ele fizesse isso", afirmou. Bastos falou à imprensa ao deixar a audiência pública sobre anistiados políticos, na Câmara. Depoimento no Congresso O ministro disse que deve participar de sessão conjunta da Câmara e do Senado, na quinta-feira da próxima semana (dia 20), para esclarecer a sua suposta ajuda ao ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Bastos disse que soube que está sendo preparada a sessão conjunta, no Congresso, e que está disposto a comparecer "com muita honra". "Quinta-feira, para mim, está um dia perfeito", disse o ministro. Ontem, os líderes do governo e da oposição na Câmara fecharam acordo para que Thomaz Bastos fosse depor na Casa na próxima terça-feira. Mas o depoimento, segundo o ministro, deverá ficar para a quinta, para que seja feito conjuntamente com o Senado. As duas casas, no entanto, ainda não confirmaram a data.

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