Quando começou a organizar as agendas de João Doria pelo Brasil, o entorno do prefeito sabia que as viagens desgastariam a imagem do tucano. Parte de seus auxiliares e aliados foi contra a ideia, mas prevaleceu a tese de que esse era um mal necessário para quem planeja entrar em uma disputa presidencial. A rejeição de 49% dos paulistanos aos deslocamentos do prefeito registrada na mais recente pesquisa Datafolha não foi, portanto, uma surpresa. Outros levantamentos internos já apontavam nessa direção.
Nesse ponto, a estratégia seguirá a mesma. Apesar dos números, Doria não pretende reduzir o ritmo de viagens pelo Brasil e exterior. Nesta quarta-feira, 11, ele embarca para a Itália para cumprir agendas entre Milão e Veneza com empresários e políticos. Ainda em outubro vai ao Paraguai para um evento empresarial do Lide, grupo fundado por ele.
Em outras frentes, a estratégia de Doria deve passar por ajustes. “É hora de fazer como os surfistas diante de uma onda grande demais: mergulhar e esperar passar”, disse um auxiliar. Em outras palavras, isso significa que o prefeito vai baixar armas e, pelo menos por enquanto, deixar de lado o estilo “bateu, levou”. Aliados esperam que Doria module melhor sua atuação no Facebook e Twitter e escute mais gente antes de fazer postagens.
As redes sociais do prefeito são coordenadas, operadas e monitoradas por uma agência especializada, paga por ele com recursos próprios. O desempenho dele e dos potenciais adversários em 2018 é monitorado permanentemente. Umas das conclusões é de que a média de visualizações dos vídeos do prefeito caiu bastante nos últimos meses.