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Base tentará impedir ida de Denise Abreu ao Senado

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Por Cida Fontes
Atualização:

Na tentativa de preservar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a bancada governista tentará impedir amanhã a aprovação de requerimento na Comissão de Infra-Estrutura, no Senado convocando a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu para falar na Comissão de Infra-Estrutura. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada hoje, Denise Abreu acusou Dilma de agir para favorecer investidores na negociação e venda da Varig. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deve apresentar o requerimento de convocação da ex-diretora e afirmou que o assunto pode ser motivo para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). "É mais um escândalo que tem todos os ingredientes para se tornar uma investigação grandiosa, que pode explodir dentro do Palácio do Planalto", disse Demóstenes. O senador acrescentou que, se as denúncias de Denise Abreu forem confirmadas, a ministra Dilma Rousseff terá de comparecer também ao Senado para dar explicações. "A situação será muito mais delicada do que no caso do dossiê", avaliou o senador da oposição, numa referência ao fato de ser atribuída à Casa Civil a autoria de um dossiê sobre gastos feitos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua mulher, Ruth. A líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), disse que a base aliada atuará para evitar que Denise Abreu seja convocada pela Comissão. "Isso é videoteipe de filme ruim. A oposição está sempre neste desespero de criar fatos", afirmou. Segundo a senadora, a oposição, que criticou Denise Abreu durante a crise aérea, está agora adotando outra postura. "Agora, ela (Denise) virou deusa?", perguntou a líder do PT. A estratégia de convocação de Denise estava sendo discutida nos bastidores, mas o líder do DEM, senador José Agripino (RN), deixou vazar a informação, o que alertou a base aliada, que se mobilizará para rejeitar o requerimento de Demóstenes. Ao mesmo tempo, senadores do PMDB criticaram reservadamente o fato de que a entrevista de Denise Abreu é mais uma confusão criada pelo PT que agora terá de ser administrada no Congresso, obrigando os partidos aliados a entrarem no circuito para evitar nova crise envolvendo Dilma Rousseff. Para Demóstenes Torres, as acusações da ex-diretora da Anac são "um escândalo que envolve diretamente Dilma e sua assessora e braço-direito, Erenice Guerra, chegando supostamente ao suborno a um juiz de Direito, à configuração de empresas fantasmas, à troca de um procurador-geral da Fazenda Nacional e à utilização de um compadre do presidente da República, que é advogado". "Tudo teria sido feito para montar um esquema fraudulento para comprar uma parte boa da Varig, deixando a parte podre para ser ressarcida em esquema bilionário de indenizações que a União deveria fazer", declarou o senador.

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