
23 de março de 2010 | 11h59
A base do governo no Senado vai tentar desconvocar o tesoureiro do PT e ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), João Vaccari Neto, da CPI das ONGs. Vaccari foi convocado a depor na comissão na semana passada e deveria vir nesta terça-feira, 23, ao Congresso. O petista, porém, solicitou adiamento na segunda-feira, 22, sob o argumento de que seu advogado estava fora do País.
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A ideia dos governistas é anular a ata da sessão que aprovou a convocação de Vaccari. A vinda do tesoureiro do PT ao Senado foi aprovada graças a um cochilo da base aliada.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a anulação da ata se justifica porque o objetivo da oposição ao convocar Vaccari é levar a disputa eleitoral para dentro do Poder Legislativo. "O assunto Bancoop não tem nada a ver com CPI das ONGs. Se toda disputa regional ou embate eleitoral resolverem trazer para o Congresso, então vamos ter de criar uma comissão de embate eleitoral", afirmou Jucá.
Segundo Jucá, a base do governo vai tentar fazer com que a CPI das ONGs investigue o que é ligado a organizações não-governamentais. "Qualquer outro embate não é pertinente à CPI", afirmou o líder.
Como os governistas são maioria na CPI das ONGs, Jucá promete reunir a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para rejeitar a convocação de Vaccari na sessão das 15h desta terça-feira.
Além de Vaccari, também foram convidados a depor o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, e o corretor Lúcio Funaro e Hélio Malheiro, irmão de Luiz Malheiro, morto em acidente de carro em 2004, e ex-presidente da Bancoop. O depoimento de Blat estava marcado para hoje, mas também foi cancelado. O promotor pediu para adiá-lo porque deseja finalizar o inquérito antes de falar aos parlamentares.
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