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Base aliada acha aumento do mínimo insignificante

Por Agencia Estado
Atualização:

Os principais partidos da base aliada do governo no Congresso - PMDB, PL, PPS, PSB e PTB - consideraram muito pequeno o aumento de R$ 240 para R$ 260 no salário mínimo. Para eles, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cedeu ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e assim dificilmente conseguirá cumprir a promessa de campanha de dobrar o poder de compra do salário mínimo. O senador Hélio Costa (PMDB-MG), um dos vice-líderes do governo na Casa, afirmou que o novo valor representa uma "vitória" e uma "imposição" da equipe econômica chefiada por Palocci. "Tenho absoluta certeza de que o presidente Lula se sente constrangido com essa decisão", afirmou. Na avaliação dele, o governo havia criado a expectativa de um reajuste maior e isso dificultou a decisão. "Começo a perceber que a equipe econômica age de maneira objetiva, sem levar em conta os aspectos social e humano, o que acontecia muito no governo Fernando Henrique Cardoso". O líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), afirmou que o novo salário mínimo é "insignificante, mas o possível". Ele disse que a decisão do valor foi técnica e que ninguém duvida que se o presidente Lula pudesse dar um aumento maior, ele daria. "A gente vê o sacrifício que está sendo para ele anunciar um mínimo nesse valor", afirmou. Mabel disse que o PL vai apoiar o governo, mas destacou que o PL tem um projeto de lei para que o valor do mínimo seja corrigido pela inflação, mais 10%. O líder do PSB na Câmara, deputado Renato Casagrande (ES), afirmou que o mínimo de R$ 260,00 está abaixo do que esperava o seu partido. Ele defendeu mudança na política econômica, "sem radicalismos". "O salário mínimo é uma bandeira das esquerdas, queremos que o governo tenha uma visão um pouco mais avançada sobre esse assunto", disse. Mais dois líderes de partidos aliados ao governo na Câmara - o do PPS, deputado Júlio Delgado (MG), e o do PTB, deputado José Múcio Monteiro (PE) - criticaram o novo valor. "Vê-se que prevaleceu a ditadura econômica em detrimento do compromisso assumido na campanha eleitoral", disse Delgado. Já o líder petebista, José Múcio Monteiro, limitou-se a dizer: "Esperávamos um pouco mais".

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