Barros Munhoz ironiza alta de patrimônio de deputados

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Por Daiene Cardoso
Atualização:

O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado José Antonio Barros Munhoz (PSDB), saiu hoje em defesa dos colegas que dobraram o patrimônio em quatro anos. Durante evento de entrega do "Guia Parlamentar", na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Barros Munhoz reclamou que os deputados são cobrados injustamente por sua atuação e criticou reportagem sobre o crescimento patrimonial publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo. "O levantamento exagera aspectos que não condizem com a realidade", disse o tucano. "O levantamento maximiza coisas para causar um impacto negativo."Barros Munhoz citou o caso do deputado estadual Mauro Bragato (PSDB), que teve variação patrimonial de 377,06% entre 2006 e 2010. Em 2006, Bragato declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 6.540. No ano passado, apresentou patrimônio de R$ 31.200. "Ele deve ter trocado uma Variant 78 por um Monza 88", ironizou Barros Munhoz. Além de Bragato, outros 15 deputados pelo menos dobraram o patrimônio em quatro anos. Juntos, somaram R$ 8,7 milhões em bens declarados em 2010. O valor supera em 279% os R$ 3,1 milhões informados em 2006.O presidente da Assembleia paulista disse não ser contra a publicação da lista de bens dos parlamentares, mas sim contrário à "forma de divulgação". Barros Munhoz acusou a imprensa de tentar "denegrir" a imagem dos legisladores.De acordo com o deputado tucano, a população e a imprensa não compreendem o trabalho dos deputados e fazem uma avaliação equivocada do desempenho do Legislativo. Ele destacou que os deputados sofrem restrições no direito de propor leis, uma vez que "90% dos assuntos" devem ser de autoria do Executivo."A imprensa mede a atuação do parlamentar pelo número de projetos de sua autoria que são votados, o que é uma aberração", avaliou. "Esse papel de representar (a sociedade) é ignorado pela população. Quando às sextas-feiras voltamos para as bases, é como se isso fosse um crime, como se fôssemos passear, quando estamos trabalhando", reclamou o deputado.Para Barros Munhoz, é preciso fazer uma "avaliação justa" do trabalho dos deputados, que leve em conta a atuação individual nas comissões e no cotidiano do parlamento. "O melhor parlamentar não é aquele que apresenta o maior número de projetos e os aprova. Indiscutivelmente, não é", opinou.PosseO presidente da Assembleia anunciou que pretende atuar para mudar a data da posse dos deputados paulistas. São Paulo será o último Estado brasileiro a empossar seus legisladores, no dia 15 de março. Barros Munhoz quer que o início do ano legislativo em São Paulo seja em 1º de fevereiro, como ocorre nos demais 25 Estados. "É ruim começar em 15 de março", disse.O deputado explicou que a posse em março ocorre desde 1995, quando parlamentares entraram com solicitação no Supremo Tribunal Federal (STF) para cumprir seus mandatos até março. A mudança agora só poderá ser feita através de emenda à Constituição Federal.

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