10 de setembro de 2015 | 02h02
Até o mesmo líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), criticou ontem a forma como o Palácio do Planalto e o vice-presidente Michel Temer defenderam o aumento da Cide (o imposto dos combustíveis). "Isso tem de partir da equipe econômica. Não tem de ter protagonismo de ninguém", afirmou.
Ele defende que o Planalto seja rigoroso na avaliação dos resultados de programas do governo, como o Pronatec e o Ciência Sem Fronteiras, duas vitrines eleitorais do PT. "O governo está fazendo avaliações e identificando problemas", disse Delcídio.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, também teve de ouvir críticas ao participar de uma reunião com lideranças no Senado, ontem.
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) corroborou a estratégia do PMDB: "Não é o Congresso que tem de propor aumento de impostos. Isso cabe ao governo. E, na nossa opinião, esse não é caminho", disse. Barbosa estava acompanhado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Pinheiro cobrou mais atitude do Executivo. "Mais do que a crise, me preocupa o vacilo do governo em relação à crise. Falaram tanto em cortar dez ministérios. Por que não fizeram?".
Barbosa chegou a anunciar, ainda no mês passado, que o Executivo estava disposto a diminuir o número de ministérios e de cargos comissionados, mas, até agora, nenhum estudo mais detalhado foi apresentado. / A.C.
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