Banpará diz que americano pagará US$ 2 milhões

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Por Agencia Estado
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O chefe da Procuradoria Jurídica do Banco do Estado do Pará (Banpará), Jean Carlos Dias, afirmou nesta sexta-feira que o empresário norte-americano George Alfred Méllen terá de pagar os CR$ 5,5 bilhões, equivalentes na época a US$ 2 milhões, que tomou emprestado em 1984. Segundo Méllen, o dinheiro teria ido parar nas mãos do então governador e hoje presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB). Em troca, o amigo e tesoureiro da campanha eleitoral de Jader, o empresário José Maria Mendonça, colocou suas empresas como garantia do dinheiro liberado pelo Banpará a Méllen. A ação judicial de cobrança do dinheiro está parada desde 1987 por negligência do próprio banco. Em 1995, o advogado do americano pediu a extinção e arquivamento do processo. A lei brasileira diz que um processo dessa natureza não pode ficar por mais de um ano parado sob pena de ser extinto. A juíza da 15ª Vara Cível, Dahil Paraense de Souza, no começo desta semana, considerou "estranho" que o processo esteja paralisado há 14 anos. Em entrevista ao Estado, ela anunciou que tão logo retorne das férias, em agosto, irá abrir prazo de 48 horas para o Banpará se manifestar no processo. "Nós pedimos a penhora dos bens do devedor e estamos tomando as medidas legais cabíveis para reaver esse dinheiro", explicou Dias à reportagem. Para ele, não há a mínima possibilidade de o Banpará desistir da cobrança. O advogado do banco, porém, não soube explicar porque o processo ficou parado na Justiça por todos esses anos. "Assumi o banco por intermédio de concurso público em 1994 e já encontrei este caso em tramitação", justificou Dias. Méllen disse que tentou por duas vezes pagar sua dívida com o Banpará, mas o banco recusou. "Achei isso muito estranho. O Mendonça escreveu um bilhete a mim dizendo que essa dívida poderia ser rolada por toda a vida."

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