Bancos esperam continuidade da política econômica

Em nota, Febraban destaca que considera que Palocci foi fundamental para conduzir a economia "com segurança para o estágio atual, com credibilidade externa e situação fiscal sob controle". "Foi uma gestão competente e, por isso, o sentimento é de perda".

Por Agencia Estado
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O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Márcio Cypriano, afirmou, por meio de nota oficial, que espera a continuidade das linhas da política econômica em uma gestão de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda. "Agora, com a indicação de Guido Mantega como substituto de Palocci, esperamos que a linha seja de continuidade da responsabilidade fiscal, liberdade cambial e política de metas de inflação", afirma Cypriano, que também é presidente executivo do Bradesco. A indicação de Guido Mantega para suceder Antonio palocci, no ministério da Fazenda, ainda não foi confirmado. Palocci pediu hoje demissão de seu cargo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na nota, Cypriano considera que Palocci foi fundamental para conduzir a economia "com segurança para o estágio atual, com credibilidade externa e situação fiscal sob controle". "Foi uma gestão competente e, por isso, o sentimento é de perda", afirmou. Saída de Palocci A permanência do ministro no governo foi abalada com a crise gerada a partir da entrevista exclusiva concedida ao Estado pelo caseiro Francenildo Santos Costa no dia 14 de março. Nildo. Como é conhecido, acusou Palocci de freqüentar uma casa no Lago Sul que serviu de base durante oito meses por lobistas da república de Ribeirão Preto para fazerem negócios escusos. A situação ficou ainda mais complicada após a quebra ilegal do sigilo do caseiro pela Caixa Econômica Federal, subordinada ao Ministério da Fazenda. O pedido de demissão do ministro foi entregue ao presidente poucos horas depois de a Polícia Federal ter informado que é Ricardo Schumann o nome do consultor da Caixa Econômica Federal (CEF) que revelou ter sido o presidente da CEF, Jorge Mattoso, o autor da ordem para que violasse o sigilo bancário do caseiro. A cadeia de comando da quebra ilegal do sigilo do caseiro foi revelada por Schumann agora à tarde, em depoimento à PF. Já o presidente da Caixa citou nominalmente duas vezes Palocci como sendo a pessoa a quem ele entregou pessoalmente o extrato da conta de poupança do caseiro na Caixa. Segundo o delegado Ricardo Carneiro, que preside o inquérito, "foi um depoimento corajoso, mas de alguém arrasado".

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