Banco Mundial pede mais atenção a controle de natalidade

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Por Redação
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Os países pobres necessitam investir mais na área de planejamento familiar, afirmou na quinta-feira o Banco Mundial, citando novos dados segundo os quais 51 milhões de casos de gravidez ocorrem porque as mulheres não têm acesso a métodos anticoncepcionais. Em um relatório divulgado antes do Dia Mundial da População, a ser celebrado na sexta-feira, o Banco Mundial disse que 25 milhões de casos de gravidez verificados nos países em desenvolvimento ocorrem porque os anticoncepcionais são utilizados de forma incorreta ou porque os métodos de controle falham. "Trata-se de uma tragédia o fato de tantos líderes de países pobres e seus doadores de ajuda permitirem que os programas de saúde reprodutiva saiam de foco", afirmou Joy Phumaphi, vice-presidente do Banco Mundial para o Desenvolvimento Humano e ex-ministra da Saúde de Botsuana. Segundo Phumaphi, a questão tornava-se especialmente importante neste momento em que os países preocupam-se com as mudanças climáticas e com as dificuldades que terão para alimentar suas populações se o preço dos combustíveis e dos alimentos continuar aumentando. "Oferecer para as mulheres acesso a anticoncepcionais modernos e a métodos de planejamento familiar ajuda a incentivar o crescimento econômico ao mesmo tempo em que reduz as taxas de natalidade, algo relacionado com a pobreza endêmica, a falta de educação e os altos índices de morte entre as mães e as crianças", acrescentou Phumaphi. O Banco Mundial disse que as taxas de natalidade haviam caído rapidamente na Ásia, mas a um ritmo menor do que na África subsaariana, cuja população cresce a uma taxa de 2,5 por cento ao ano, o que dobraria o número de habitantes do continente dentro de 28 anos. Para fins de comparação, as populações da América Latina e da Ásia crescem a um ritmo de 1,2 por cento ao ano, disse o Banco Mundial. O relatório da entidade, "Comportamentos no Controle da Fertilidade e seus Custos: Métodos Anticoncepcionais e Casos de Gravidez Indesejada na África, no Leste Europeu e na Ásia Central", disse que 35 países da África mais Timor Leste, o Afeganistão, Djibuti e o Iêmen apresentavam as mais altas taxas de natalidade do mundo, com uma média de mais de cinco filhos por cada mulher. Segundo o órgão, cerca de 68 mil mulheres morrem todos os anos em virtude de abortos feitos de forma irregular, ao passo que 5,3 milhões delas enfrentam problemas temporários ou permanentes em virtude dessa prática. O Banco Mundial disse que as mulheres pobres têm menos chances de usar anticoncepcionais quando comparadas com as mulheres de classes sociais mais altas. Além disso, as mais ricas registram chances três vezes maiores de serem atendidas por um médico ou uma parteira ao darem à luz. Sadia Chowdhury, especialista em saúde da reprodução e pediatria do Banco Mundial, afirmou ser crucial que as informações sobre os métodos contraceptivos sejam divulgadas amplamente não apenas para as mulheres mas também para os homens, os líderes comunitários e os jovens. "Garantir que meninas e mulheres recebam essas informações é tão importante para reduzir as taxas de natalidade quanto promover os métodos anticoncepcionais e o planejamento familiar", afirmou. "A educação transforma-se para a mulher em uma forma de contraceptivo social." (Por Lesley Wroughton)

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