Bancada do PSOL vai à OAB nesta terça discutir caso Renan

A sigla deve pedir que as novas denúncias sejam incorporadas ao processo

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Por Redação
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O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, irá receber nesta terça-feira, 10, às 14h30, na sede da entidade, a presidente nacional do PSOL, a ex-senadora Heloisa Helena, para discutir o caso envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) Além de Heloisa, irão à OAB o senador José Nery e os deputados Chico Alencar, Ivan Valente e Luciana Genro. Nesta segunda-feira, 9, o partido deve entrar com pedido para que a denúncia revelada pela reportagem da revista Veja, desta semana, seja incorporada ao processo instalado contra Renan. Segundo a reportagem, foi descoberta uma operação que possibilitou à família Calheiros vender uma fábrica de tubaína em Murici (AL) por R$ 27 milhões para a Schincariol, embora a empresa estivesse com problemas financeiros e não valesse mais do que R$ 10 milhões. A presidente da sigla, ex-senadora Heloisa Helena (AL), lembra que pedido semelhante - para apurar recibos e notas da venda de gado que Renan disse ter lhe assegurado rendimento de R$ 1,9 milhão em quatro anos - foi inicialmente rejeitado pelo conselho. Mas a pressão da opinião pública levou o órgão a rever a decisão e a submeter a documentação à perícia. "A Constituição é clara ao apontar como quebra de decoro o abuso das prerrogativas asseguradas aos parlamentares e o recebimento de vantagens indevidas." Sobre a negociação, a reportagem afirma ainda que Renan teria atuado em favor da Schincariol no INSS, para impedir que a dívida de R$ 100 milhões da cervejaria fosse executada, e na Receita Federal, contra a multa por sonegação de impostos. Membro do colegiado, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) afirma que, diante das dúvidas deixadas pela transação, seria adequado questionar o próprio Renan para checar se ele procurou mesmo a Receita e o INSS. "Uma simples perícia mostraria se houve ou não algum fato estranho", ressalva. Também o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defende que, antes de qualquer iniciativa, seja dada ao presidente do Senado a chance de apresentar sua versão. Para ele, isso poderá ser feito quando Renan for ao Conselho de Ética falar da documentação sobre a venda de gado. "Ele já me assegurou que quer ir ao conselho prestar esclarecimentos", afirma. "É a oportunidade de também falar desse outro assunto." Renan é acusado, entre outras denúncias, de ter despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior. O pagamento seria para uma pensão a uma filha de três anos do presidente do Senado, com a jornalista Mônica Velloso. (Colaborou Rosa Costa, do Estadão)

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