Baixa presença feminina no Congresso põe Brasil em 152º lugar entre 190 países

Dos 513 deputados federais, apenas 54 (10,5%) são mulheres

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - Dos 513 deputados federais, apenas 54 (10,5%) são mulheres, o que coloca o Brasil em 152º lugar numa lista de 190 nações, formulada pelo organismo internacional União Interparlamentar. O percentual de profissionais do sexo feminino que ocupam cargos gerenciais no País é de 37,8% - o que cai para 34,5% quando elas são pretas e pardas.  + Helena Solberg, única diretora do Cinema Novo, ganha retrospectiva+ Penélope Cruz defende greve geral de mulheres na Espanha no dia 8 de março

Os dados são da pesquisa "Estatísticas de Gênero - Indicadores sociais das mulheres no Brasil", divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira, 7, por ocasião do Dia Internacional da Mulher (celebrado na quinta-feira). A publicação compila dados de diferentes fontes que comprovam a persistência da desigualdade de gênero na sociedade brasileira. 

Sessão na Câmara dos Deputados. Foto: Adriano Machado/Reuters

PUBLICIDADE

Na lista que trata da representatividade das mulheres nas câmaras baixas ou parlamentos unicamerais pelo mundo, estão na frente do Brasil países de diferentes perfis econômicos e sociais, como Ruanda (61,3%) - o número um, com mais mulheres deputadas -, Cuba (48,9%), Nicarágua (45,7%), Suécia (43,6%), Argentina (38,1%) e Estados Unidos (19,4%). 

O País tem cotas para mulheres nas candidaturas - a lei diz que "cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo". Mas não há tanto apoio financeiro às candidatas femininas, então poucas se elegem, avalia o IBGE.

Em relação às disparidades no mercado de trabalho, a publicação mostra que as mulheres ganham em média três quartos do salário dos homens, se ocupam mais de trabalhos com carga horária parcial e têm trabalhos por conta própria, uma vez que são sobrecarregadas por serviços domésticos e cuidados com filhos e idosos - a dedicação a essas tarefas é de cerca de 73% a mais de horas do que os homens. São conclusões da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, de 2016.

As trabalhadoras recebem cerca de 75% do salário masculino. O rendimento habitual médio mensal entre eles é R$ 2.306; entre elas, R$ 1.764. Isso acontece ainda que a escolaridade feminina seja mais elevada.