
17 de novembro de 2013 | 08h41
Cerro Navia é uma amostra de que o "michellismo" é mais forte do que o esquerdismo no Chile, avaliam especialistas, e ilustra tanto o carisma de Bachelet quanto sua incapacidade de transferir votos.
A ex-presidente, que governou país entre 2006 e 2010 e terminou o mandato com 79% de aprovação, não conseguiu fazer o sucessor. Eduardo Frei foi derrotado, em 2009, pelo empresário Sebastián Piñera, que termina com 32% de popularidade. "A centro-esquerda vai recuperar boa parte de sua zona de influência. Primeiro, porque se trata de Bachelet e não de outro candidato da esquerda. Segundo, porque ela montou uma coalizão mais ampla, onde estão os comunistas (daí o nome Nova Maioria, em substituição à histórica Concertação)", afirma o doutor pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris e analista político Eugenio Tironi. "A direita ajudou nesse processo, porque se fragmentou (Evelyn Matthei foi a quarta opção)."
A necessidade do segundo turno dependerá da participação, uma incógnita. É a primeira vez que uma eleição presidencial e parlamentar chilena terá voto opcional. Na única experiência, em 2012, em eleições municipais, o número de votantes caiu de 7 milhões para 5,5 milhões. A direita perdeu espaço então, mas não em Cerro Navia, que elegeu um conservador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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