BRASÍLIA - O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto ainda não desistiu de uma chapa formada por Joaquim Barbosa (PSB) e Marina Silva (Rede) para concorrer à Presidência da República. No entanto, entende que cada um queira se lançar individualmente ao Planalto.
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"Não me anima dizer que sim (uma chapa única) neste momento. Acho muito justo que cada um queira ser cabeça de chapa. A gente torce por uma dobradinha. Se não no primeiro turno, quem sabe um apoiando o outro no segundo. Acho que é possível, ambos têm chances", afirmou a jornalistas nesta quinta-feira.
Marina e Barbosa chegaram a se encontrar mais de uma vez no ano passado, sempre com a mediação de Ayres Britto. Para ele, uma candidatura do ex-presidente da Corte Joaquim Barbosa qualifica o processo eleitoral. "Minha amizade pessoal com ele não está me impedindo de fazer uma análise objetiva. Que bom que haja candidatos deste porte, desta envergadura."
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Em encontro há dez dias, os dois ex-presidentes do Supremo conversaram sobre uma eventual candidatura de Barbosa. "Com toda a honestidade, ele disse que ainda não estava decidido. Porém, isso foi há dez dias. Quem sabe de dez dias para cá, não sei."
Ayres Britto afirmou que a ex-ministra Marina Silva, pré-candidata à Presidência pela Rede, e sua amiga, também está à altura do cargo. "O País, nessas duas candidaturas, respira a plenos pulmões o ar da democracia e perspectiva de condução da coisa pública com toda a honestidade, impessoalidade, transparência e lucidez", disse.
'Aliança improvável'
Segundo interlocutores ouvidos pelos Estado no início de abril, uma eventual aliança entre Barbosa e Marina está praticamente fora de questão. Nas palavras do presidente do PSB, Carlos Siqueira, uma aliança com a ex-ministra do Meio Ambiente é "improvável".
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De acordo com um interlocutor de Barbosa, ele não conversa com a ex-ministra há meses. "Ainda que uma figura como o Joaquim Barbosa venha para a política e possa contribuir, sim, temos que olhar para a estrutura institucional que está sendo pensada, para que a renovação não seja apenas nominal", afirmou Marina ao Estado, após ser questionada sobre como avalia uma eventual candidatura do ex-ministro.