Auxiliares de Lula não receberam com surpresa decisão de Moro

Juiz da Lava Jato aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra ex-presidente e sua esposa, Maria Letícia

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Por Ricardo Galhardo
Atualização:

SÃO PAULO - Os auxiliares mais próxinos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ficaram surpresos com a decisão do juiz Sérgio Moro de aceitar a denúncia que coloca o petista no banco dos réus da Lava Jato, mas avaliavam que Moro só tornaria público o despacho amanhã, quando o presidente Michel Temer estará de volta ao Brasil depois de uma viagem a Nova York. Lula recebeu a notícia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, em São Bernardo. Mais cedo, ele gravou gravou participações nas capanhas de 350 candidatos do PT e partidos aliados às eleições municipais de outubro. Ele se preparava para entrar ao vivo em uma vídeoconferência com advogados, jornalistas e ativistas de direitos humanos em Nova York. O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, também estava na cidade dos EUA quando a decisão de Moro foi anunciada. Uma das estratégias de defesa do ex-presidente será denunciar supostos abusos da Lava Jato em diversos orgaismos internacionais. Segundo o jornalista Celso Marcondes, diretor do Instituto Lula, embora o ex-presidente se diga inocente, a aceitação da denúncia não é surpresa por causa da sincronia entre Moro e os procutradores do Ministério Público Federal que integram a força tarefa da Lava Jato. “Era esperado. Não apresenta surpresa pois existe uma sintonia entre os procuradores e o juiz”, disse Marcondes. Pessoas que estavam ao lado de Lula quando ele recebeu a notícia disseram que o ex-presidente não esboçou reação. A informação foi dada por um assessor. 

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A conferência ao vivo com Nova York faz parte de uma campanha internacional para denunciar a suposta parcialidade da Justiça no caso do petista. 

O próximo passo é buscar apoio de líderes mundiais, principalmente ex-presidentes não só da América Latina, em defesa de Lula. Além disso, a defesa do ex-presidente vai pedir a presença de observadores de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA) para acompanharem o andamento do julgamento de Lula em Curitiba.

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