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Ausência de senador pode dar vitória ao governo em CPI

Vice-presidente da CPI dos Bingos, Mozarildo Cavalcanti tem deixado seu lugar na comissão para o senador Sérgio Zambiazi, que vota com o governo

Por Agencia Estado
Atualização:

As seguidas ausências do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, das reuniões decisivas da CPI, pode contribuir decisivamente para uma vitória do governo na votação do relatório final que será entregue amanhã pelo senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). O senador Tião Viana (PT-AC) anunciou que será rejeitado tudo o que não disser respeito aos bingos. "Não podemos rasgar nem a Constituição nem o regimento interno do Senado. Eles dizem que a CPI só pode examinar o objeto da investigação, no caso, os bingos". Portanto, correm o risco de ficar de fora do relatório final da CPI as denúncias contra o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, até agora acusado de fazer caixa 2 para o PT. Brigado com o PFL, por conta da falta de apoio para sua reeleição, Mozarildo tem deixado seu lugar na CPI para o senador Sérgio Zambiazi (PTB-RS), que vota com o governo. Como o placar das votações na CPI é sempre muito apertado (a CPI tem 15 integrantes e geralmente a diferença é de um voto para um lado ou para outro), a atitude de Mozarildo deixou o governo confiante e a oposição preocupada. Outro que tem se ausentado nas últimas reuniões é o senador Augusto Botelho (PDT-RR). "Se na sessão decisiva ele não aparecer, vou substituí-lo por eu mesmo", disse o líder em exercício do PDT, senador Jefferson Péres (AM). É uma decisão regimental. O líder pode trocar o liderado de qualquer comissão ou CPI na hora que quiser. A assessoria de Mozarildo Cavalcanti informou que o senador está em tratamento de saúde. O mesmo disse a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), quando perguntada se há algum acordo com o governo para que o senador de Roraima fique longe da CPI. O que há, de fato, é uma pressão de Mozarildo para que o PFL apóie a sua reeleição. Ele faz parte de uma grande aliança em Roraima, que envolve também o PSDB do governador Ottomar Pinto, o PL e o PP. Se o PFL o apoiar, acredita que será reeleito, pois teria condições de vencer a sua mais forte oponente, a ex-prefeita de Boa Vista Tereza Jucá (PPS), que faz coligação com o PMDB e com o PT e é a favorita para a vaga ao Senado. De acordo com levantamento da CPI dos Bingos, seu vice-presidente mostra inconstância desde fevereiro. Nos dias 1º e 7 de fevereiro ele não compareceu. Apareceu no dia 14. Desapareceu nos dias 16 e 21 de fevereiro e 7 de março. Nos dias 8, 11 e 16 de março, apareceu. No dia 21, ausentou-se. No dia 22, assinou a folha de presença e foi embora. Sumiu de vez desde o dia 9 de maio. No dia 23, quando a CPI ouviu o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, foram votados vários requerimentos de convocação de testemunhas ou de suspeitos ou de quebra de sigilos. O governo venceu todas as votações. A de placar mais apertado foi a que decidiu rejeitar a convocação do banqueiro Daniel Dantas. O governo ganhou por 6 votos a 5.

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