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Auditorias investigarão contratos da Ágora

Por Agencia Estado
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O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a abertura de auditorias em todos os contratos de 2003 e 2004 da Associação para Projetos de Combate à Fome com o Ministério do Trabalho (Ágora), que comanda cerca de 40 organizações não-governamentais (ONGs) que trabalham com programas de combate à fome. Os convênios somam cerca de R$ 7,5 milhões. A fiscalização será comandada pelo ministro Gulherme Palmeira, conforme decisão tomada na sexta-feira à noite pelo TCU. A Ágora foi fundada pelo empresário Mauro Dutra, amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela está sendo investigada pelo Ministério Público pela suspeita de desvio de mais de R$ 900 mil de dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), repassados para a empresa para o treinamento e qualificação de trabalhadores no Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul. O secretário-executivo da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, foi sócio da empresa até 2003. É mais um dos altos funcionários da Casa Civil sob suspeita. O primeiro foi Waldomiro Diniz, pego em flagrante pedindo propina para um empresário e já denunciado pelo próprio governo pelo crime de concussão. Para justificar seus gastos, a Ágora apresentou ao governo mais de 50 notas frias de 33 empresas-fantasmas. Todas elas foram apreendidas pelo MP. Mauro Dutra é também dono da Novadata, fabricante de computadores. Somente no governo petista fechou negócios de mais de R$ 200 milhões. Antes de tomar conhecimento da denúncia envolvendo Dutra e Swedenberger, publicada na revista "Veja" desta semana, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, minimizara o episódio. Numa entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na sexta-feira, ele considerou a denúncia sem consistência e, segundo disse, suficientemente esclarecida pelo próprio Swedenberger. O secretário-executivo alega que, ao assumir seu alto posto, já não era mais conselheiro da Ágora. A oposição se mexe O deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, quer que o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, explique os contratos do governo com a Ágora. "O PT sempre foi useiro e viseiro em criar ONGs para fazer operações, provavelmente de interesse do partido, e ampliou muito esse expediente. Eu quero que o governo explique claramente como é que funcionam essas operações. Se forem irregulares, que se acabe com essa prática". Goldman tem uma lista de convites para que os ministros do atual governo se expliquem. Mas até agora o único que compareceu foi Aldo Rebelo, que falou sobre a sindicância destinada a investigar o trabalho de Waldomiro Diniz no governo. Não responderam aos convites o ministro da Defesa, José Viegas e os dirigentes da Caixa Econômica Federal (CEF).

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