O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), faz nos bastidores uma campanha silenciosa para tentar viabilizar sua reeleição para o comando da Casa, em fevereiro de 2017. A articulação tem duas frentes: uma jurídica e outra política, considerada a mais importante.
Pelo entendimento vigente, um presidente da Câmara só pode se reeleger em legislaturas diferentes, ou seja, quando há uma eleição geral no meio da eleição para a Mesa Diretora da Casa. Como Maia só chegou à presidência em julho, a ideia de aliados é apresentar uma consulta para ver se ele pode disputar a reeleição.
Como esse é um assunto que interessa diretamente a Maia, caberá ao 1º vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), decidir sobre a questão. De olho nisso, o deputado do DEM tem se aproximado de Maranhão, que poderá tanto responder diretamente a consulta ou enviá-la à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Na estratégia política, Maia também tem feito acenos a bancadas importantes a fim de angariar apoios. Recentemente, por exemplo, determinou a criação de uma nova CPI para apurar irregularidades na Funai e no Incra, defendida pelos ruralistas. Também prometeu autorizar, em novembro, uma comissão para investigar os repasses de dinheiro público para a União Nacional dos Estudantes (UNE), atendendo pedido de parlamentares evangélicos.
O deputado busca apoio também com pequenos gestos. Em sua primeira viagem internacional esta semana, convidou parlamentares que desejam disputar a presidência da Casa, como o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), a acompanhá-lo.