Atraso na investigação do mensalão mina democracia, diz CNBB

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ao comentar a reação do governo federal e dos deputados acusados de envolvimento no escândalo do mensalão no sentido de tentar evitar qualquer tipo de punição, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal-arcebispo dom Geraldo Majella Agnelo, lamentou a existência de "tanto esforço para não se revelar a verdade, como mandados de segurança, impetração de hábeas corpus e medidas que se multiplicam". Na visão do religioso "isso não é bom para o Brasil e para a democracia, é algo que vai minar a democracia", declarou, temendo pela eleição do próximo presidente da República. "Daqui a pouco, quem sabe, se desejará aqui que se volte a regimes fortes e quem sabe se não existem partidos com alguma programação para criar, quando no poder, um regime forte?". O cardeal criticou também a pressão que está sendo feita sobre o caseiro Francenildo dos Santos Costa, que revelou ter visto do ex-ministro Antonio Palocci na chamada "mansão da República de Ribeirão Preto". "Ele (Francenildo) é alguém que se pode amassar, arrebentar de uma vez, só porque é uma pessoa humilde e falou coisa que viu", disse. "Talvez seja fácil tirar esse rapaz da jogada e aqueles que são os imputados, se verem livres", ironizou. Há muito tempo cobrando a punição dos envolvidos do "mensalão" d. Geraldo mostrou-se cético com relação ao fato do procurador-geral da República Antonio Fernando Souza ter denunciado ao Supremo Tribunal Federal 40 pessoas envolvidas com o escândalo. "Que (o caso) vá até o fim", disse.

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