Atraso em ponte é ''quase vergonha'', diz presidente

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Por Redação
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Com um enfático "pelo amor de Deus", o presidente Lula tentou incentivar ontem seu colega Nicolas Sarkozy a não deixar apenas no papel a construção de uma ponte sobre o Rio Oiapoque, na divisa do Amapá e a Guiana Francesa. Em 2005, os líderes assumiram o compromisso de construir a obra até o fim de 2010, quando Lula termina seu segundo mandato. Em fevereiro passado, justamente nessa fronteira, ambos reiteraram a promessa. A construção ainda não começou. Ontem, diante da imprensa, Lula aproveitou o caso, que qualificou como "quase uma vergonha na relação bilateral", para alfinetar as administrações anteriores dos dois países. "O presidente (Jacques) Chirac e o presidente Fernando Henrique Cardoso, há mais de oito anos, fizeram uma festa no Rio Oiapoque para dar início à ponte. Até hoje não saiu essa ponte", registrou. "Nós precisamos inaugurar essa ponte, pelo amor de Deus. Porque, senão, serão dois mandatos de oito anos que se passaram", completou ele, pouco depois de criticar a assinatura de "acordos faz-de-conta" entre os países. A seu lado, Sarkozy disparou, assim que pôde, um compromisso de que a França tocará sua parte na obra. Defendeu que o desenvolvimento da Guiana Francesa depende de sua maior aproximação em relação ao Brasil. Caso contrário, esse território francês "estará em um beco sem saída". Lula também havia manifestado impaciência com a obra em fevereiro. "Ouço falar dessa ponte há mais de dez anos. Já houve encontros e mais encontros e, talvez, o dinheiro que se gastou na reunião de técnicos franceses com brasileiros, de passagens, desse para fazer a ponte", ironizou.

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