Ato em apoio a Weintraub é marcado por ataques ao Judiciário e ministros generais

Militante bolsonarista Renan Sena, que já foi preso por ofender autoridades, diz que Braga deveria ‘calar a boca’ e Pazuello, ‘puxar a carroça’

PUBLICIDADE

Por e Dida Sampaio
Atualização:

BRASÍLIA – Um ato de apoio ao titular da Educação (MEC), Abraham Weintraub, realizado no início da tarde desta terça-feira, 16, nas imediações da sede da pasta, foi marcado por ataques ao Judiciário e a outros dois ministros, ambos generais – Eduardo Pazuello, da Saúde, e Braga Netto, da Casa Civil. Um duro discurso contra eles foi feito pelo militante bolsonarista Renan Sena.

PUBLICIDADE

Ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Renan Sena afirmou que, por sugerir a saída de Weintraub do governo, Braga Netto deveria “calar a boca”. Disse também que Pazuello deveria “puxar carroça”. O homem se referiu ao chefe da Saúde como “pai fracassado”, em referência a um comentário do ministro sobre o fato de sua filha de 12 anos ser de esquerda.

“Nós estamos aqui para apoiá-lo (Weintraub) e também fazer um desagravo ao Braga Netto, que falou que era bom que ele pudesse sair. Braga Netto, cala sua boca! Quero também aqui fazer um desagravo ao Pazuello, da Saúde. Esse general que fez gracinha lá com aquela mulher, dragão comunista, da lista da Odebrecht, a (Jandira) Feghali, fazendo graça que a filha dele, de 12 anos, é esquerda (...), vai puxar uma carroça Você é um pai fracassado”, afirmou.

O militante bolsonarista Rena Sena participa de ato em apoio ao ministroAbraham Weintraub, que deve deixar o MEC Foto: Dida Sampaio/Estadão

Weintraub estava no Ministério e chegou a aparecer na janela do gabinete, mas não participou do ato. A demissão do ministro, que chamou integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) de “vagabundos”, é dada como questão de dias no próprio governo. “Força, Weintraub!”, gritava um grupo de 15 manifestantes, nesta terça-feira, 16, enquanto Renan prosseguia com os ataques.

“Nos deixem salvar essa Nação do comunismo, dessa ditadura comunista do Judiciário. O comunismo começa assim. É o câncer da humanidade. São assassinos. Peçam pra sair. Nós estamos aqui defendendo o Weintraub”, bradava o militante bolsonarista.

No último domingo, 14, Renan chegou a ser detido após divulgar vídeo com ofensas a autoridades dos Três Poderes e contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Foi liberado, porém, após assinar um termo por meio do qual se comprometeu a comparecer em juízo, caso solicitado. Ele também é apontado como um dos autores do lançamento de artefatos explosivos contra o prédio do STF, na noite de sábado.

Em maio, ele esteve envolvido na agressão a profissionais da saúde, na Praça dos Três Poderes. Na ocasião, Renan foi gravado xingando enfermeiras e empurrando uma delas, durante manifestação que homenageava colegas mortos pela covid-19 e era a favor do isolamento social. À época, ele foi indiciado por injúria e agressão.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.