Atendimento a viciados em todo o País terá pesquisa

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vai fazer, nos próximos quatro meses, um levantamento inédito sobre o funcionamento dos serviços de atendimento a dependentes químicos em 127 cidades do País. O convênio que permitirá a pesquisa foi assinado nesta segunda-feira com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad). Os pesquisadores, dos institutos de Psquiatria e de Química da UFRJ, vão percorrer instituições públicas, privadas e filantrópicas para verificar como são os tratamentos clínico e psicológico, as instalações, os programas de reabilitação social entre outros itens. Também será traçado o perfil das pessoas atendidas. Para isso, serão incluídas nos questionários perguntas sobre o tipo de droga consumida, a freqüência de uso, o grau de dependência, idade, sexo e nível sócio-econômico do usuário. Atualmente, não existem dados oficiais sobre os procedimentos adotados pelos diferentes tipos de serviços que atendem viciados, segundo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e presidente do Conselho Nacional Antidrogas, general Alberto Cardoso, que esteve na UFRJ para assinar o convênio. A falta de informações é ainda maior quando se trata de comunidades terapêuticas - grupos informais, como os formados por igrejas. "Buscamos uma unidade no atendimento. Existe uma portaria do Ministério da Saúde, de maio de 2001, que normatiza o tratamento, que deve ser seguida. Até 2003, todos serviços deverão estar adaptados a estas normas mínimas", disse o general. Outro objetivo da pesquisa é verificar se os serviços têm qualidade e se os profissionais são habilitados. Os próprios viciados opinarão. O trabalho - cujo nome oficial é "Panorama dos Serviços de Atenção a Dependentes Químicos no Brasil" - será feito com recursos do Ministério da Saúde e deverá ser concluído até junho deste ano. De acordo com mapeamento preliminar do Senad, existem cerca de 1.300 instituições voltadas para a recuperação de dependentes. Seis Ph.Ds. da UFRJ participam da pesquisa e 25 pesquisadores irão a campo recolher as informações. Coordenador do programa, o professor de Química José Luiz Santana disse que nem todas as instituições dos 127 municípios serão visitadas, por falta de tempo e recursos, mas a amostragem será bastante representativa.

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