Ataques a jornalistas aumentam 54% em 2019, diz federação

Bolsonaro foi responsável por mais da metade do casos, segundo relatório; um total de 208 ataques foi contabilizado

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Por Redação
Atualização:

Um total de 208 ataques a veículos de comunicação e jornalistas foi registrado no ano passado, de acordo com um relatório divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) nesta quinta-feira, 16. Esse resultado representa um aumento de 54% no número de casos, entre casos em que a imprensa foi descredibilizada ou que profissionais foram atacados diretamente. O relatório contabiliza desde assassinatos até casos de cerceamento da atividade profissional. 

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi responsável por 121 desses casos, segundo a Fenaj, ou 58% do total. A maior parte deles foi contabilizado na categoria "descredibilização da imprensa". Foi a primeira vez que a federação contabilizou esse tipo de ataque. 

"Em 2019, a modalidade tornou-se a principal forma de ameaça à liberdade de imprensa no Brasil e foi incluída no relatório diante da institucionalização da prática", diz a Fenaj, em nota sobre o relatório. 

Coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília Foto: CELSO JUNIOR/AE (19/03/2011)

A federação registrou dois casos de assassinato de jornalistas como consequência de seu trabalho, 28 ameaças e intimidações, 15 agressões físicas, e dez casos de censura ou impedimento do exercício profissional. Houve também cinco casos de cerceamento à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais, dois casos de injúria racial e duas ações de violência contra sindicatos da categoria.

A federanção contabiliza os casos a partir das denúncias da própria vítima. A região Sudeste concentrou o maior número de casos, com 44 ocorrências. O Centro-Oeste teve o segundo maior número de registros, com 18 casos, e foi seguido pelas regiões Sul (15), Nordeste (11) e Norte (6).

"A federação alerta para o elevado número de ocorrências, sabendo que não representa a totalidade, visto que muitos casos não são denunciados pelas vítimas e, portanto, não se tornam conhecidos", diz o texto do relatório.

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