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Astra se recusou a investir em Pasadena, diz Cerveró

Acusado de formular relatório de compra apontado como 'falho' pela presidente Dilma Rousseff alegou que parceria com empresa belga era 'impossível'

Por Laís Alegretti e RAFAEL MORAES MOURA E VICTOR MARTINS
Atualização:

Brasília - O ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró afirmou em audiência pública na Câmara nesta quarta-feira, 16, que integrantes da cúpula da estatal aproveitaram uma viagem do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a região europeia da Escandinávia para fazer uma reunião com dirigentes da belga Astra Oil. A tentativa, segundo ele, era iniciar as tratativas para fazer um acordo para comprar a outra metade da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), que até então pertencia a Astra.

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Cerveró disse que foi a recusa da empresa belga em investir na ampliação de Pasadena que tornou a parceria "impossível". A proposta inicial era pagar US$ 500 milhões pela parcela da refinaria. Depois, o valor subiu para US$ 788 milhões.

Contudo, afirmou ele, o cenário interno havia mudado, com aumento da demanda de investimentos no mercado nacional, e a diretoria da estatal não aprovou a compra do restante da refinaria. Cerveró citou ainda o fato de que houve a crise internacional em 2008. Com a decisão da Petrobrás, houve um pedido de arbitragem pela Astra, que culminou num acordo extrajudicial de US$ 820 milhões.

O ex-diretor disse que o custo total, após o processo de arbitragem, foi de US$ 1,23 bilhão, valor diferente do dito na terça pela presidente da Petrobrás, Graça Foster, que disse ter custado US$ 1,25 bilhão. Ele destacou que o valor era abaixo da média de compra de refinarias nos Estados Unidos e da construção de outra nova.

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