Assessores do Senado trabalhavam para vice do DF

Senador diz ter demitido os dois funcionários que estavam lotados no gabinete de Paulo Octávio

PUBLICIDADE

Por Rosa Costa , Eugênia Lopes e BRASÍLIA
Atualização:

O senador Adelmir Santana (DEM-DF) admitiu ontem que dois funcionários contratados por seu gabinete prestavam serviços para o vice-governador do Distrito Federal Paulo Octávio (DEM). Ele alegou que tem um escritório político com Paulo Octávio e os funcionários trabalhavam para ambos. Santana é suplente do vice-governador, que em 1º de janeiro de 2007 deixou a cadeira no Senado. O senador reconheceu que herdou "uns 12, 13" funcionários de Paulo Octávio, todos eles já demitidos. "Tenho um escritório político em conjunto com o Paulo Octávio e os dois funcionários estavam lotados nesse escritório e também vinham ao Senado", garantiu ontem Santana. "Agora eu também não fico vigiando os funcionários", observou o senador, ao ser indagado se os funcionários cumpriam expediente na Casa. Ontem Santana demitiu Mirocélis Barbosa da Silva, nomeado em 2003 para o gabinete do então senador Paulo Octávio. Miro, como é conhecido, era um assessor "para assuntos evangélicos" tanto de Paulo Octávio quando de Santana. No dia 30, Santana já havia exonerado Simone Dihl da Rocha, secretária particular do vice-governador. A assessoria de Paulo Octávio informou que ele não se manifestaria sobre o caso. Reportagem do Bom Dia DF, da Rede Globo, mostrou que Miro era lotado no gabinete de Adelmir Santana, recebia salário pelo Senado, mas prestava serviço no escritório político do vice-governador. Por telefone, Miro confirmou que fazia trabalho político com parlamentares evangélicos e representava Paulo Octávio nos lugares onde ele não podia ir. "Ele (Miro) foi exonerado depois dessa declaração de que ele servia ao vice-governador", disse Santana. Segundo ele, Simone já havia sido exonerada antes da denúncia. CUNHADA Além dos funcionários pagos pelo gabinete de Santana, Paulo Octávio tem ainda a cunhada Alejandra Kubitschek Bujones lotada na terceira-secretaria, mas que não é vista no Senado. Seu salário é de R$ 4,9 mil. Quando da sua contratação, Paulo Octávio ocupava o cargo de terceiro-secretário. Alejandra não foi localizada pela reportagem. FRASES Adelmir Santana Senador (DEM-DF) "Tenho um escritório político em conjunto com o Paulo Octávio (vice-governador) e os dois funcionários estavam lotados nesse escritório e também vinham ao Senado" "Agora eu também não fico vigiando os funcionários"

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.