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Assessor de Dias pediu emprego a Aparecido, diz deputado

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Por Redação
Atualização:

O assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Fernandes, teria pedido emprego no atual governo ao ex-funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires, segundo cópia de email apresentada na CPI dos Cartões Corporativos pelo deputado Silvio Costa (PMN-PE). Em seu depoimento à CPI, mais cedo, André Fernandes negou ter pedido emprego no atual governo, e os parlamentares da base querem que ele seja indiciado por mentir à comissão. José Aparecido disse nesta terça-feira ter enviado por engano a planilha com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao assessor André Fernandes. Ele contou ter sido informado por um jornalista de que havia algo bombástico contra ele, envolvendo uma troca de email com André Fernandes, na qual estava anexado documento com informações de gastos do governo anterior. "Voltei para meu escritório e para minha surpresa encontramos o email enviado contendo dois arquivos. Minha primeira reação foi de espanto e de não reconhecer como de minha responsabilidade, pois sabia do potencial midiático (do documento)", disse José Aparecido à CPI mista dos Cartões Corporativos. Ele acabou reconhecendo que as informações saíram de seu computador, mas disse que não teve a intenção de vazar os dados. "Se tivesse interesse, faria por CD, pen drive ou cópia impressa", afirmou. "Trabalho com informações sensíveis há 27 anos e jamais passei qualquer informação." José Aparecido negou ter participado da elaboração das planilhas e disse não ter digitado "qualquer caractere". Negou também ter conversado sobre o documento com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ou a secretária-executiva Erenice Guerra, que seria a responsável pela organização das informações. SESSÃO SECRETA Mais cedo, a CPI negou transformar em secreta a sessão com André Fernandes, que desejava revelar em sigilo possíveis fatos novos sobre o suposto dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. André Fernandes pediu a sessão secreta para revelar fatos que, segundo ele, ofenderiam a honra de pessoas. Por 12 votos a 7, a CPI rejeitou a sessão secreta e o depoimento do assessor do senador tucano permanece aberta. Durante seu depoimento, André Fernandes afirmou ter considerado intimidador o email recebido de José Aparecido, o que o levou a comunicá-lo ao senador Álvaro Dias. "Eu não pedi para receber (o dossiê). Interpretei claramente como intimidação ao partido e comuniquei à autoridade superior", disse o assessor, explicando que a mensagem lhe pareceu intimidação por chegar quando o Congresso discutia a criação da CPI dos Cartões Corporativos. André Fernandes negou ter sido o responsável pelo vazamento das informações e se considerou traído pelo "ex-amigo" José Aparecido por lhe ter jogado "no meio de uma história que eu não queria entrar". Segundo Fernandes, José Aparecido teria admitido, em conversa entre os dois no restaurante do Clube Naval, em Brasília, que o suposto dossiê fora feito a pedido de Erenice Guerra.

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