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Assembléia instala hoje CPI da Segurança no RS

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul instala hoje uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a política de segurança pública do governo Olívio Dutra (PT). Além de ter apenas duas das 12 vagas da comissão, o governo enfrentou dificuldades em destacar parlamentares de sua base para integrá-la. Os deputados petistas Maria do Rosário e José Gomes rejeitaram o convite, e Roque Grazziontin aceitou assumir apenas a suplência. A tarefa acabou nas mãos do líder do governo, Ivar Pavan (PT), e de Ronaldo Zülke, tradicional porta-voz oficial. A oposição vai controlar os principais cargos da CPI, como a presidência e a relatoria. O prazo máximo para a conclusão das investigações terminará em novembro. Hoje, os parlamentares vão se reunir para definir o cronograma de trabalho e os primeiros depoimentos. "A CPI terá condições de fazer uma radiografia do caos da segurança, alguns de natureza histórica", afirmou hoje o deputado Valdir Andres (PPB), indicado para presidir a comissão. Doze fatos foram elencados pela oposição para justificar a investigação, como a desestruturação do aparelho policial; o sucateamento do Instituto Geral de Perícias (IGP); o fechamento das Delegacias Regionais da Brigada Militar e a desproporção entre o número de ocorrências e o de inquéritos policiais. "Isso é da maior gravidade, porque significa que a polícia está investigando menos", disse o deputado Vieira da Cunha (PDT), que será o relator. "Não há nenhum ilícito ou ato de má-fé para investigar. Será um grande debate sobre a política de segurança do Estado", previu o líder do governo, deputado Ivar Pavan (PT). Apesar da aparente tranqüilidade, a Secretaria de Justiça e Segurança do RS já montou uma estrutura de apoio aos parlamentares do PT, comandada pelo subsecretário Lauro Magnago. A segurança pública tem sido o maior problema do governo petista. Relegada a segundo plano nos programas do partido, foi transformada em principal preocupação dos gaúchos nos últimos dois anos e tema central nos debates da eleição municipal em Porto Alegre. Alguns petistas, como ex-comandante-geral da BM, coronel Roberto Ludwig, opinam que o governo concentrou-se muito na política de "depuração e humanização" das polícias, secundarizando as medidas concretas de combate à criminalidade. Recente relatório da Divisão de Planejamento e Coordenação da Polícia Civil revela, por exemplo, que o índice de roubos no ano passado superou em 70,53% uma meta estabelecida anteriormente. O governo alega que essa e outras metas foram definidas sem critério científico ainda na administração anterior. Os investimentos públicos na área de segurança também caíram 67,4% nos dois primeiros anos da administração petista em relação ao mesmo período do governo Antônio Britto (PMDB). O atual governo atribui essas diferenças às privatizações de estatais gaúchas (telefonia e energia elétrica) que renderam R$ 5 bilhões à administração Britto.

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