Assaltante confirma que forneceu sêmen para Gloria Trevi

Por Agencia Estado
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No depoimento que prestou à Polícia Federal ontem à noite, o assaltante Marcelo Borelli reafirmou que forneceu sêmen para a cantora mexicana Gloria Trevi em seis ocasiões, no período em que ocupou uma cela perto da dela na superintendência da PF. O sêmen teria sido misturado ao leite, num copo plástico. Borelli disse que não sabe se ela fez auto-inseminação para engravidar. Ele contou que resolveu cooperar com Trevi, depois de uma conversa em que seu empresário, Sérgio Andrade, sugeriu que a gravidez poderia beneficiá-la. O assaltante disse que quis ajudá-la, porque mantinham um bom relacionamento na carceragem. A versão desmente a declaração da cantora de que teria sido estuprada por policiais e por seus vizinhos de cela. Na tarde de hoje, grávida de sete meses, Gloria Trevi deixou o presídio da Papuda para se submeter a uma bateria de exames no Hospital Regional da Asa Norte. Ele chegou ao setor de obstetrícia se queixando de sangramento e de dores nas costas, na cabeça e na região pélvica. A médica Regina Freire Coutinho informou que não foi constatado nada de irregular nos exames. A ecografia mostrou que ela espera um menino. O risco de perder o bebê foi o principal argumento do pedido de prisão domiciliar feito por seus advogados ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Maurício Corrêa negou, alegando que ela está tendo direito à assistência médica. Um novo pedido de relaxamento de sua prisão chegou ao STF. O advogado Geraldo Magella informou que, desta vez, trata-se de uma ação cautelar de solicitação de exibição de documentos. Segundo ele, a iniciativa vai mostrar que o pedido de extradição da cantora foi feito de forma ilegal: em vez de partir do governo mexicano para o governo brasileiro, teria sido feito por um procurador estadual, sem competência para tanto. Magella acredita que a comprovação da ilegalidade resultará na anulação do processo de extradição. O advogado não soube explicar porque eles e seus colegas demoraram tanto a descobrir o fato. A cantora está presa há quase dois anos. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), André Barros, que acompanha o caso, observou que a denúncia para apurar o suposto estupro da cantora, por se tratar de um crime penal privado, teria de ser feito por ela mesma, no prazo de seis meses depois de ocorrido. Segundo ele, falta uma denúncia para justificar a mobilização da Polícia Federal para apurar o episódio. Marcelo Borelli e outros 12 réus do processo que apura o furto de 61 lingotes de ouro de um avião da Vasp, em julho do ano passado, acompanharam o depoimento das testemunhas de acusação na 10ª Vara Federal da Justiça Federal. Ele foi transferido da carceragem da Polícia Federal para o presídio de Campo Grande, depois que os outros presos tentaram linchá-lo. Boreli é acusado de roubo e de formação de quadrilha.

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