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Arruda negocia US$ 1,5 bi com Banco Mundial para DF

Recursos, diz governador, são para financiar pacote 'de modernização de gestão' nos próximos 10 anos

Por Gabriel Manzano Filho
Atualização:

O governador José Roberto Arruda (DEM), do Distrito Federal, anunciou ontem que estará em Washington, no dia 1º de outubro, para negociar com autoridades do Banco Mundial um empréstimo de US$ 1,5 bilhão. Os novos recursos deverão financiar um pacote "de modernização de gestão", como ele mesmo resume, durante os próximos dez anos. "A idéia é aplicar essa ajuda principalmente em áreas de saneamento, educação e saúde, e cada um dos projetos deve ser rigorosamente detalhado, antes de autorizados os repasses", disse o governador, que visitou ontem o Estado. Esse dinheiro vai complementar, segundo Arruda, o plano de investimentos baseado em um repasse de R$ 5 bilhões de verbas federais. Enquanto ele apronta esses planos, em Brasília a equipe de Planejamento do governo está definindo valores finais para o Orçamento de 2008, a ser enviado à Câmara Distrital, que deve ser aprovado até o final do ano. Ele prevê, entre outros valores, um aumento de 107% em investimento - de R$ 600 bilhões para cerca de R$ 1,3 bilhão - e crescimento de 3,6% em despesas com pessoal - de R$ 4,2 bilhões para R$ 4,4 bilhões. Eleito em outubro passado, com 50,38% dos votos - contra a candidata Maria Abadia, que ficou com 24% - Arruda dedicou-se, desde sua posse em janeiro, a enxugar as despesas governamentais. Devolveu muitos imóveis pelos quais o Estado pagava altos aluguéis, cortou cerca de 22 mil salários, eliminou serviços como os de postos de gasolina do próprio governo, reduziu drasticamente despesas com telefonia ou passagens. Segundo sua assessoria, o Orçamento aprovado no ano passado pelo governo Joaquim Roriz, em torno de R$ 10 bilhões, foi sendo reduzido e chegou a R$ 8,3 bilhões. "Conseguimos criar uma mudança cultural importante", diz o governador. Numa lista de despesas que vinham sendo praticadas até dezembro do ano passado, ele destaca 12 itens que permitiram, em conjunto, uma redução de R$ 898,3 bilhões. INFORMÁTICA Um dos destaques do enxugamento foi uma mudança completa no uso de serviços de informática. O governo tinha um contrato que custava cerca de R$ 600 milhões. Acabou com ele e passou a tarefa a cada uma das secretarias, que tem de prever os custos dentro de seu orçamento. "Hoje o governo do Distrito Federal tem uma agência de tecnologia de informação que define diretrizes e cada secretaria contrata uma empresa para realizar as tarefas de sua área", diz a subsecretária de Planejamento e Modernização de Gestão, Ceres Prates. Com essa mudança, a despesa caiu para R$ 300 milhões. "Também reduzimos bastante o gasto com cargos em comissão", diz o governador, enfatizando que não tirou um grupo para colocar outro no lugar. "Simplesmente eliminamos os serviços", diz ele. Nesse item, o seu governo economizou R$ 106 milhões. Procurando ser prático, Arruda diz que quer uma "modernização de resultados" e não tem medo de ser chamado de político de direita: "Tenho hoje o apoio de 70% das classes A e B, que não votaram em mim", diz. Um dos projetos importantes que ele tem pela frente é a discussão do futuro do Banco Regional de Brasília (BRB), a ser iniciada em breve, com o governo federal.

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